Reabertura da linha do F-22 na pauta da USAF, como alternativa à sexta geração

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Segundo revista, chefe do Estado-Maior da USAF disse que a fabricação de mais caças F-22 de quinta geração ‘não é uma ideia maluca’, e que a aeronave, com modificações, pode ser alternativa mais barata do que desenvolver uma nova geração de jatos de combate

Reportagem de 26 de maio da revista National Defense, assinada por Vivienne Machi, noticiou que há possibilidades da reabertura da linha de montagem do caça de quinta geração F-22 Raptor, segundo declarações do chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos EUA (USAF), general Mark Welsh III. A decisão de descontinuar a linha de montagem do caça furtivo, fabricado pela Lockheed Martin, foi tomada em 2009, quando o então Secretário de Defesa Robert Gates insistiu que os fundos necessários para produzir mais Raptors seriam melhor empregados em outras prioridades

No contexto do recente pedido do Congresso dos EUA para que a USAF reavaliasse a reabertura do programa do Raptor, o general Welsh que deixará o cargo em 1º de julho, afirmou: “Ao invés de pensar num caça de sexta geração, poderíamos modificar o F-22 e reabrir a linha (de montagem), mais barato? A declaração foi dada num caf’é da manhã da Associação da Força Aérea em Arlington, estado da Virgínia (EUA). Welsh acrescentou que a solução de reabrir a linha do F-22 poderia manter o número de caças que a Força Aérea dos EUA precisa ter no ar.

Análises de custos em andamento – O chefe do Estado-Maior também disse que a USAF está, no momento, conduzindo uma análise de custos para avaliar quanto seria necessário para reabrir a linha do Raptor, e detalhou: “Pensando na ideia levantada de construir mais (F-22), ela não é uma ideia maluca. Creio que vocês já ouvira (…) que o secretário da Força Aérea disse que pensamos ser algo proibitivo em custos. Nós estamos retomando isso no momento e analisando em detalhes os números de quanto isso custaria.”

As declarações contrastam com o que foi dito pelo Secretário de Defesa Ashton Carter, que se mostrou contra a reabertura da linha do F-22, dizendo ser “um caminho ineficiente a seguir” e que “não era algo que a Força Aérea tivesse recomendado” a ele, reforçando que a Pentágono já estava modernizando os 187 caças do tipo que possui. Em 2010, os custos de reabertura da linha do Raptor foram estimados em mais de 500 milhões de dólares (em valores de 2008), em estudo da Rand Corporation.

Por seu lado, o general Welsh afirmou: “O sucesso do F-22 – tanto o avião quanto suas tripulações – é realmente excepcional. Eu penso estar comprovado que o avião é exatamente o que todos esperavam que se tornasse (…) Tem sido um sucesso espetacular e seu potencial é realmente digno de nota.”

O general ainda disse, em sua fala à Associação da Força Aérea, que uma grande questão para a prontidão da USAF está nos seus efetivos, e estimou que a força precisa de mais 40.000 a 60.000 integrantes para cumprir suas funções, continuar o trabalho no F-35 e incorporar as capacidades espaciais, cibernéticas, de inteligência, vigilância e reconhecimento que são demandadas. Mas ele opinou que esses números não serão atingidos, ao mesmo tempo em que fez um alerta: “Temos que estar prontos e capazes para ganhar os combates hoje e 20, 30, 40 anos no futuro. Tudo que temos hoje não será suficiente para vencer a luta em 2030.”

FOTOS: USAF e Lockheed Martin

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