Os caças da série ‘Century’
Após a Guerra da Coreia a Força Aérea dos Estados Unidos buscou o desenvolvimento de caças superiores, pois o MiG-15 russo mostrou-se melhor que o F-86 Sabre em muitos aspectos. Para alcançar o objetivo, os engenheiros dos fabricantes americanos debruçaram-se sobre as pranchetas e logo surgiu o design NA-180, que deu origem ao F-100 Super Sabre, aceito pela USAF em 1951.
Na sequência vieram os McDonnell F-101 Voodoo, Convair F-102 Delta Dagger, Lockheed F-104 Starfighter, Republic F-105 Thunderchief, e o Convair F-106 Delta Dart.
Naquela época não existiam aeronaves multifuncionais e cada uma delas tinha uma missão específica, podendo executar outras missões com algumas adaptações, mas não com a mesma eficiência.
Cada aeronave da série Century, antes de se tornar uma plataforma de combate operacional, bateu recordes de velocidade, razão de subida, altitude etc.
Os desenvolvimentos tecnológicos nascidos desta iniciativa de desenvolvimento tiveram impactos duradouros que foram além do mundo da aerodinâmica. Cada uma delas quando desenvolvida estava na vanguarda do desempenho e aviônica.
O F-100A, primeiro da série, mesmo atormentado com problemas de instabilidade em função da sua asa, foi o primeiro caça operacional a alcançar velocidade supersônica em voo nivelado, com a aplicação de pós-combustor.
O F-101 se tornou o primeiro avião americano operacional a exceder as 1.000 milhas por hora, e o F-102 foi o primeiro avião a tirar proveito do conceito de Regra de Área, que diminui o arrasto sobre uma célula que se aproxima de velocidades de contorno transônico.
O F-102 (e depois aperfeiçoado como F-106) foi o primeiro interceptor na série e acabaria por ser equipado com mísseis ar-ar nucleares, o que permitiria destruir formações de bombardeiros soviéticos. Os pilotos de F-102 naquele tempo eram os únicos americanos – fora da presidência – com autoridade independente de liberação de armas nucleares.
Projetados para lutar contra os russos, alguns desses aviões acabaram atuando na Guerra do Vietnã. Mas como aconteceu na Guerra da Coreia, outro caça russo também se destacou, o MiG-21.