Co-piloto de avião russo abatido diz que não recebeu nenhum alerta
O co-piloto do bombardeiro russo Su-24 derrubado por caças turcos na fronteira com a Síria, disse que não recebeu nenhum aviso antes de o avião ser atingido.
O co-piloto, capitão Konstantin Murakhtin, falou à agência de notícias estatal russa Sputnik na base militar na Síria, onde ele foi levado depois de ser resgatado pelo exército russo durante a noite.
“Não houve avisos. Nem via rádio, nem visualmente. Não houve nenhum contato”, disse Murakhtin Sputnik.
Murakhtin e seu piloto, o tenente-coronel Oleg Peshkov, foram derrubados na fronteira sírio-turca por caças F-16 turcos na terça-feira de manhã. Os dois homens ejetaram-se do avião, mas Peshkov foi morto por rebeldes sírios, de acordo com as autoridades de defesa russas. A Turquia disse que o jato Su-24 foi derrubado porque violou o espaço aéreo turco, uma reivindicação que a Rússia contestou.
Os comentários do co-piloto contestam a versão turca de como o abate ocorreu. As autoridades turcas disseram que o avião russo foi advertido várias vezes quando estava se aproximando do espaço aéreo turco para alterar o seu curso, dizendo que ele recebeu 10 advertências em cinco minutos. O Ministério da Defesa da Rússia contestou, dizendo que nenhum aviso foi dado e que o avião nunca cruzou o espaço aéreo turco.
Murakhtin disse que nenhuma tentativa foi feita para alertar a tripulação russa.
“Você tem que entender o que a velocidade de cruzeiro de um bombardeiro é comparável a de um F-16. Se eles queriam nos avisar, poderiam ter-se mostrado voando em um curso paralelo. Mas não houve nada”, disse ele. “O míssil atingiu a cauda de forma completamente inesperada. Nós nem sequer vimos a tempo de fazer manobras evasivas”.
Um porta-voz militar dos EUA anteriormente disse à ABC News que as gravações de canais de áudio utilizados entre os dois aviões prova que 10 avisos foram dados. A Otan também disse que apóia a versão turca dos eventos.
Murakhtin, que era navegador do avião, também insistiu que o avião em nenhum momento cruzou a fronteira da Turquia.
“É claro que, depois de ter realizado inúmeros voos nós conhecíamos a região como a palma de nossas mãos.” Ele disse que seguia uma rota pré-determinada de costume quando foram atingidos.
“Eu sou um navegador, sei cada altitude lá. Eu posso guiar a aeronave lá com os olhos vendados “, disse o co-piloto.
FONTE: abcnews.com