Liberais que tomarão posse em 4 de novembro deverão expedir novos pedidos de proposta, por não confiar nos requerimentos traçados pelos Conservadores

Segundo reportagem da Reuters publicada na segunda-feira, 26 de outubro, o novo Governo Liberal do Canadá pretende recomeçar completamente a competição por caças a jato destinados a substituir a envelhecida frota de aviões CF-18 da Força Aérea Canadense, ao invés de se basear em propostas já feitas durante o Governo Conservador, que está de saída. A informação foi dada à Reuters por uma fonte Liberal, em condição de anonimato.

A fonte informou que os Liberais, que assumirão o governo em 4 de novembro e declararam durante sua bem-sucedida campanha eleitoral que não comprariam os caças furtivos F-35 da Lockheed Martin, pretendem expedir um novo pedido de propostas (RFP – request for proposals) com uma lista refeita dos requerimentos para as novas aeronaves.

“Vamos reunir os requerimentos que temos para aviões. Não acho que confiamos nos requerimentos do governo (Conservador)”, disse a fonte da Reuters. Quando o novo primeiro ministro Justin Trudeau tomar posse, em 4 de novembro, serão nomeados os novos ministros da Defesa e de Obras Publicas.

Ao se descartar a compra do F-35, abriu-se a possibilidade, em teoria, de se seguir o processo de aquisição pela seleção dos demais concorrentes, com base nas propostas já submetidas. Porém, a fonte deixou claro que o novo governo deverá parar o processo e reiniciá-lo.

Com isso, poderá levar anos até que uma escolha seja feita, embora a fonte disse esperar que a decisão seja tomada antes do final do primeiro mandato de Trudeau, que vai até outubro de 2019. O anúncio feito em 20 de setembro por  Trudeau, de que não compraria o F-35, foi um choque para a indústria aeronáutica. O novo primeiro ministro afirmou que não comprar o F-35 geraria economias que poderão ser aplicadas em navios para a Marinha Canadense.

A reportagem da Reuters dá a entender que uma demora na decisão prejudicaria o caça considerado um dos líderes da disputa entre os concorrentes do F-35, o  F/A-18E/F Super Hornet da norte-americana Boeing. Isso porque a linha de produção do Super Hornet deverá ser fechada antes de 2019, e se o Canadá o quiser, terá que escolher rápido.

A fonte da Reuters sinalizou que o novo governo não vê problemas em operar caças de países aliados, que não sejam especificamente aviões dos Estados Unidos, cujos fabricantes Lockheed Martin e Boeing têm feito lobby no Canadá. Para a fonte, caças fornecidos por países aliados vêm operando juntos sem grandes problemas.

Os competidores do F-35 e do F/A-18E/F, na disputa realizada pelo Governo Conservador, eram o Rafale da francesa Dassault e o Typhoon do consórcio europeu Eurofighter.

O novo primeiro ministro chegou a mencionar o caça sueco Gripen, da Saab, como um possível competidor, ainda que a empresa da Suécia tenha desistido da disputa realizada pelos Conservadores.

FOTOS: Poder Aéreo, USAF e Eurofighter, em caráter meramente ilustrativo

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