Embraer começa a pagar royalties do Super Tucano
Segundo a Aeronáutica, o recebimento aconteceu com a exportação da sexta aeronave para Angola. Os recursos já estão sendo repassados para o IFI (Instituto de Fomento à Indústria), no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).
O diretor do IFI, coronel Marcelo Franchitto, disse que os recursos serão aplicados em projetos de ciência, tecnologia e inovação, desenvolvidos pelos institutos de pesquisa do DCTA, em São José dos Campos.
O preço do Super Tucano, segundo o coronel Franchitto, oscila entre US$ 9 milhões e US$ 15 milhões, dependendo da configuração e do tipo de armamento e de sensores que serão incorporados. Para chegar ao percentual de 1% a FAB considerou os custos de desenvolvimento do avião, análise de mercado e retorno dos investimentos para os cofres públicos.
O pagamento dos royalties também contabilizou o investimento feito pela Embraer no desenvolvimento do avião (neste caso 5% do valor total). Segundo o Valor apurou, o montante aplicado no desenvolvimento da aeronave, iniciado em 1995, girou em torno de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões.
O Super Tucano está em operação em nove forças aéreas na América Latina, África e Sudeste Asiático. Somadas, as encomendas superam 210 unidades, das quais 170 já foram entregues. A aeronave executa missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e contra-insurgência.
A FAB opera o Super Tucano há mais de 10 anos. O modelo também foi selecionado pela Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf) para ser utilizado no apoio em missões no Afeganistão. O contrato, que contempla inicialmente a compra de 20 unidades por US$ 427,5 milhões, envolve a opção de compra de mais 35 unidades. Em setembro, a Embraer e sua parceira americana Sierra Nevada entregaram o primeiro Super Tucano para a Força Aérea americana, produzido na fábrica da companhia brasileira instalada em Jacksonville, na Flórida.
Da mesma forma que o Super Tucano, o Comaer tem a propriedade intelectual do jato de transporte militar KC-390, produzido pela Embraer. “A aeronáutica receberá royalties de 3,1% sobre a venda a terceiros das primeiras 120 aeronaves. Esse percentual será reduzido para 2% para os demais aviões exportados”, disse o diretor do IFI.
Os parceiros estratégicos do programa de desenvolvimento do KC-390, a Argentina, República Tcheca e Portugal estão isentos do pagamento de royalties. Estimativa feita pela Embraer, mostra um potencial de vendas de 300 unidades para o KC-390 em 20 anos.
Até o momento, 32 cartas de intenção de compra do avião foram assinadas por cinco países: Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca. A FAB adquiriu outras 28 aeronaves pelo valor total de R$ 7,2 bilhões. Equador, Peru e Emirados Árabes avaliam a compra do avião. O processo de certificação militar do KC-390 está sendo coordenado pelo IFI. O Instituto é órgão responsável pela certificação de todos os produtos militares
Além do KC-390, o IFI é encarregado da certificação de seis versões dos helicópteros EC-725 que estão sendo adquiridos pelas Forças Armadas brasileiras.
O processo de certificação do caça Gripen NG que a FAB comprou terá a participação do IFI. Franchitto disse que representantes da autoridade de certificação sueca Flygi virão ao Brasil em fevereiro para discutir o trabalho que será realizado em. “O Gripen NG é uma versão customizada que está sendo desenvolvida para a FAB. Dessa forma, é necessário que haja uma certificação suplementar dos requisitos do projeto”, explicou.
FONTE: Valor Econômico, via Notimp (reportagem de Virgínia Silveira)
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