Índia avisa Rússia que não poderá continuar na espera pelos caças furtivos
Visita de Putin no início de dezembro poderá trazer resposta para acelerar o programa FGFA, do caça de quinta geração derivado do PAK-FA russo. Com atrasos também no MMRCA e LCA, o Ministério da Defesa da Índia quer que pelo menos dois desses três projetos de novos caças sejam acelerados
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No início do próximo mês, o presidente russo Vladimir Putin visitará a Índia, num momento em que esse país já deixou claro à Rússia que quer um plano para reduzir, substancialmente, o cronograma para as entregas do novo caça de quinta geração (FGFA) para a Índia caso queira que esse projeto futurístico seja acordado no próximo ano.
Até agora, o plano é que a Índia começaria a colocar em serviço os novos caças furtivos apenas 94 meses, na hipótese mais rápida, após os dois países assinarem o contrato de projeto final e de pesquisa & desenvolvimento, contrato este que vem sendo postergado há dois anos.
Fonte do Ministério da Defesa da Índia disse na segunda-feira, 24 de novembro, que “a Rússia foi avisada de que a Índia não pode esperar uma década para obter o FGFA. Os cronogramas de entrega precisarão ser comprimidos ao invés da Força Aérea Indiana esperar pelo caça até 2024-2025.” A fonte também informou que “os russos provavelmente responderão durante a visita de Putin”.
Os indianos já estão contrariados pelo fato da Rússia não ter dado a seus especialistas total acesso tecnológico ao FGFA, segundo notícias anteriores do jornal Times of India, apesar da Índia dividir por igual o financiamento. O contrato de projeto final, que ainda precisa ser assinado após perder o prazo inicial, que era de meados de 2012, prevê que cada país investirá 5,5 bilhões de dólares em projeto, construção de infraestrutura, desenvolvimento de protótipo e testes de voo.
O valor do programa de aquisição completo para a India, com 127 caças monopostos FGFA custando mais do que o previsto, deverá chegar a 25 bilhões de dólares, dos quais o país já gastou 295 milhões na fase de projeto preliminar após a assinatura de contrato referente a essa etapa, com a Rússia, em dezembro de 2010.
O FGFA é um desenvolvimento para a Índia do PAK-FA ( Sukhoi T-50) da Rússia, que fez seu primeiro voo de testes em janeiro de 2010. Pelos planos iniciais, as instalações da indiana Hindustan Aeronautics (HAL) em Nashik receberia três protótipos em 2014, 2017 e 2019 para testes de voo por pilotos da Força Aérea Indiana (IAF), com produção iniciando apenas em 2022. E todos esses prazos dependiam do contrato de projeto final que não foi assinado ainda.
Com a Força Aérea equipada com apenas 34 esquadrões de caça, comparados a uma necessidade de 44, os sinais de alerta soaram para os longos atrasos nos três programas de caça da Índia, sendo um deles o FGFA. Outro programa é o do caça leve (LCA) Tejas, desenvolvido localmente após uma primeira aprovação em 1983, que só atingirá a capacidade de operação final em meados de 2015. Mas o que a IAF realmente quer é a versão Tejas Mark II para equipar quatro esquadrões. E isso só deverá ocorrer a partir de 2022.
O terceiro programa atrasado é o do MMRCA (avião de combate de porte médio), cujas negociações para adquirir 126 caças franceses Dassault Rafale por cerca de 20 bilhões de dólares estão emperradas, já que a França ainda precisa aceitar total responsabilidade pelos 108 exemplares a serem produzidos na Índia. Segundo uma fonte, “o Ministério da Defesa quer que pelo menos dois dos três projetos (FGFA, LCA e MMRCA) sejam acelerados”.
FONTE: Times of India (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Sukhoi (protótipos do PAK-FA)
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