Transmissão e eixo vertical do EC725: Brasil torna-se centro de reparação de helicópteros
Brasil e França se tornaram centro de reparação mundial da Airbus Helicopters para os equipamentos que foram redesenhados. No Brasil serão 50 helicópteros (até 2019) do modelo militar EC725 e 14 do EC225, usado em atividades de offshore (petróleo e gás). A família Super Puma também inclui o modelo MK1, que o Brasil tem dois.
Na América Latina 15 helicópteros receberão as modificações determinadas pela matriz do grupo e aprovadas pela Easa (Agência Europeia para a Segurança da Aviação). “Todos os trabalhos serão realizados na fábrica da Helibras em Itajubá (SP)”, disse o vice-presidente de suporte e serviços da empresa, Flávio Pires.
Segundo o executivo, 16 técnicos foram treinados para implementar as soluções aprovadas e certificadas em abril deste ano, mas os profissionais já tinham experiência com os componentes redesenhados, uma vez que a fábrica de Itajubá está capacitada para montar a caixa de transmissão dos helicópteros.
O vice-presidente informou que três helicópteros já receberam as modificações previstas, sendo um deles usado pela presidência da República e outros dois civis, utilizados por operadores em atividades offshore. “Temos outros cinco na linha de montagem já prontos para serem entregues às Forças Armadas”, disse.
Os demais, de acordo com Pires, entrarão em uma programação mas, enquanto isso, poderão voar com uma solução interina. A Helibras investiu R$ 7,2 milhões na compra de dois equipamentos reserva, um para os operadores civis e outro para os militares.
A partir do próximo ano, segundo o executivo, a Helibras vai intensificar o ritmo dos trabalhos para entregar todos os helicópteros com os eixos redesenhados ao longo de 2015. Cada helicóptero fica de seis a oito dias parado para fazer os reparos.
O EC225 teve restrições de voo durante um período de 10 meses, desde que em outubro de 2012 aconteceram dois acidentes na região do Mar do Norte, sendo um deles com quatro vítimas fatais. Os helicópteros, segundo informou a empresa, apresentaram falha na engrenagem do eixo vertical.
No Brasil, o modelo EC725, operado pelas Forças Armadas, também ficou sujeito às restrições, reduzindo o número de horas voadas, mas sem paralisar as operações. As aeronaves civis EC225 deixaram de operar, por precaução, mas 50% da frota mundial continuou voando.
“As modificações nos helicópteros mobilizaram todos os esforços e meios da companhia no mundo todo, mas em pouco menos de um ano e meio conseguimos resolver o problema”, explicou Pires. Uma solução temporária, segundo ele, foi adaptada à frota durante um período de seis meses.
Paralelo a esse trabalho, a Helibras avança nas obras de construção de um novo centro de treinamento e simuladores próprio no Rio de Janeiro para os modelos EC 725 e EC225. Com investimentos de R$ 80 milhões, o novo centro entrará em operação no quarto trimestre de 2015.
A gerente do centro de treinamento da Helibras, Cintia Trentini, disse que a empresa tem planos de investir na expansão do projeto, com a instalação de simuladores de outros modelos de helicópteros, como o Esquilo. Atualmente, segundo ela, os pilotos de todos os modelos fabricados pela Airbus Helicopters são treinados na própria aeronave ou em simuladores instalados nos centros de treinamento do grupo fora do Brasil.
“O simulador não é obrigatório para a qualificação no tipo, mas é recomendado especialmente para as aeronaves mais pesadas e mais complexas”, explicou. A gerente informou que mais de 300 alunos (pilotos, técnicos e mecânicos) passaram pelo centro de treinamento da Helibras em 2014.
FONTE: Valor Econômico, via Notimp (reportagem de Virgínia Silveira)
IMAGENS (exceto fotos do Poder Aéreo / Forças de Defesa, em caráter meramente ilustrativo): Airbus Helicopters, ex-Eurocopter
NOTA DO EDITOR: recentemente, a Airbus Helicopters divulgou nota informando que aproximadamente 50 aeronaves EC225/EC725 já receberam o novo eixo vertical e acumularam cerca de 5.000 horas de voo. Ainda segundo a empresa, levará 18 meses para completar o trabalho de “retrofitagem” em toda a frota de 260 aeronaves. Clique aqui para acessar o informe, em inglês.
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