Sem alarde, Saab continua a oferecer o Gripen para a Índia
Empresa sueca acena com produção local do caça, entendendo que a Índia continuará precisando de aviões de combate mesmo após a aquisição do Rafale e outros programas
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Na sexta-feira, 26 de setembro, o site Stratpost publicou reportagem e vídeo sobre a intenção da empresa sueca Saab de oferta à Índia de produção local do caça Gripen. A informação foi dada pelo “chairman” da empresa na Índia, Lars-Olof Lindgren, e surge num momento em que o novo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, iniciou uma campanha para encorajar empresas estrangeiras a produzirem na Índia.
Lindgren, que já foi embaixador sueco na Índia, afirmou: “Estamos preparados para estabelecer uma empresa do tipo “joint venture” (parceria) na Índia para produzir na Índia, para a Índia, e com mão de obra indiana. Há um grande número de engenheiros indianos bem formados e altamente qualificados, que são uma combinação perfeita para a alta tecnologia sueca no campo aeroespacial.”
A Saab vem trabalhando sem alarte num plano para produzir o Gripen na Índia, e Lindgren disse que sua empresa já realizou boa parte da “lição de casa” para esse fim: “Nós nos preparamos, temos todos os projetos para uma fábrica, como ela ficaria e como a cadência de produtos funcionaria, e também estamos preparados para subcontratadas na mesma área, portanto já temos muito trabalho já feito para produzir na Índia.” Ele também enfatizou que a Saab estaria propondo uma “real transferência de tecnologia” nessa proposta. Após destacar que já se viu muitos exemplos de envio de maquinário e projetos para um país, sem que nada realmente aconteça, ele afirmou que “gradualmente se introduziria a tecnologia na Índia de forma que a mão de obra indiana esteja mais e mais acostumada sobre como produzir aeronaves, de forma que seja empregada no desenvolvimento de uma nova geração de aviões. Assim, nós falamos de real transferência de tecnologia, quando dizemos isso.”
Para a Saab, a Força Aérea Indiana ainda precisará de cerca de 200 caças após terminar seus planos de aquisição, incluindo o LCA (Tejas), o caça russo-indiano de quinta geração (FGFA) e os 126 aviões de combate multitarefa de porte médio (MMRCA), para os quais foi selecionado o francês Rafale. O Gripen já competiu no MMRCA.
Sobre esse assunto, o executivo afirmou: “Nós lamentamos não termos sido selecionados no MMRCA, mas respeitamos integralmente a decisão indiana e o processo, e não nos colocamos contra o mesmo. Mas sabemos que, mesmo com o MMRCA, a Força Aérea Indiana ainda precisará de muitos aviões. É difícil dizer quantos, mas cerca de 200 aviões adicionais seriam necessários. E achamos que o Gripen E, como você diz, a nova geração do Gripen, se encaixaria perfeitamente na Força Aérea Indiana.” Lindgren acrescentou: “Quando os assuntos são desempenho, disponibilidade, acessibilidade e transferência de tecnologia, achamos que o Gripen seria uma escolha perfeita para a Índia. Eu diria que, a substituição da frota de caças MiG que a Força Aérea Indiana ainda possui demandaria um avião como o Gripen, mais leve, mas ainda assim de alto desempenho. Então, como disse, se encaixa perfeitamente.”
Um projeto como esse se transformaria em realidade em poucos anos, segundo Lindgren: “Sabemos que as demandas da Força Aérea Indiana são mais ou menos imediatas, e poderíamos iniciar a produção em menos de cinco anos após a decisão. Já temos uma boa preparação, como mencionei, e poderíamos ajudar a trazer nossa própria base de fornecedores para a Índia, o que seria benéfico para a indústria indiana de defesa como um todo.”
FONTE / VÍDEO: Stratpost (South Asian Defense & Strategic Affairs)
Tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês
IMAGENS: Saab (em caráter meramente ilustrativo)
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