Canadá deverá escolher entre F-35 e Super Hornet, descartando Rafale e Typhoon
Porém, caso a decisão demore a ser tomada, a linha de montagem do Super Hornet poderá fechar e apenas o F-35 sobraria como opção
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Segundo reportagem publicada pela Reuters na quinta-feira, 4 de setembro, o Canadá deverá escolher seu novo caça entre 0s dois grandes fabricantes americanos que disputam a preferência canadense, excluindo os dois competidores europeus. A informação foi dada à Reuters por uma fonte diretamente ligada ao assunto, sob a condição de se manter anônima.
A fonte afirmou que os caças F-35 da Lockheed Martin e F/A-18 Super Hornet da Boeing, dos Estados Unidos, foram considerados mais capacitados para as diversas tarefas dos requisitos militares, frente aos caças Rafale, da francesa Dassault, e Typhoon, do consórcio europeu Eurofighter. Também disse que, enquanto o F-35 pontuou bem nos diversos testes, o Super Hornet mostrou-se quase tão capaz, com a vantagem de ser mais barato. Nesse sentido, a escolha significaria a já esperada eliminação do Rafale e do Typhoon.
Essa seleção canadense vem se mostrando muito problemática para o governo conservador do Canadá, que em 2012 cancelou um plano de aquisição, sem concorrência, de 65 caças F-35 por 9 bilhões de dólares canadenses (US$ 8,3 bilhões) após pressões parlamentares. O governo então formou um secretariado especial para comparar os méritos dos quatro competidores citados acima, e no momento decide entre realizar uma competição ou avançar no plano inicial de comprar o F-35, o que poderia levar a acusações imediatas de que estava agindo com má fé.
Apesar do secretariado não ser solicitado a fazer uma recomendação sobre o jato a comprar, as novas revelações deverão impulsionar a crescente convicção de que o F-35 se mantém como o preferido. Segundo Richard Aboulafia, analista do Teal Group (Virgínia-EUA) afirmou que mais atrasos na decisão canadense colocariam uma possível encomenda fora da janela que a Boeing pretende manter aberta na produção do Super Hornet, cuja linha de montagem tem fechamento programado para 2017: “Ainda que a escolha seja não decidir, isso já representa uma escolha feita”, disse Aboulafia.
Pesquisas mostram que o governo conservador do primeiro ministro Stephen Harper poderá perder as próximas eleições federais, marcadas para outubro de 2015.
Um porta-voz da ministra de Obras Públicas Diane Finley, que é responsável por programas de aquisição militar, disse que ministros estão revisando diversos relatórios, incluindo as informações sobre as capacidades dos caças, benefícios industriais, custos e outros fatores, e todas as opções continuariam abertas até uma decisão ser tomada. O porta-voz, Jason MacDonald, afirmou: “O gabinete não tomou uma decisão desse tipo, nem determinou quando tomará a decisão.”
O programa do F-35 é o maior na história da Defesa dos EUA, cotado em 400 bilhões de dólares, e acumula atrasos e estouros orçamentários. Na quarta-feira, autoridades dos Estados Unidos disseram que estão perto de encontrar uma solução para problemas no motor do caça, o Pratt & Whitney’s F135, que deixou impedida de voar a frota de F-35 por várias semanas, em meados deste ano. Os voos puderam recomeçar, porém com restrições em velocidade e manobras.
Um atrativo em potencial para o Canadá é que a proposta da Lockheed Martin oferece cerca de 11 bilhões em trabalho para a indústria canadense, em componentes aeronáuticos.
Três outras fontes familiarizadas com as deliberações disseram que o governo canadense havia sinalizado, no mês passado, que anunciaria a compra do F-35. Porém, esse plano mudou quando o primeiro ministro Harper, preocupado com os problemas políticos, sugeriu que o Canadá poderia esperar, já que não precisa substituir sua frota atual de caças CF-18 antes de 2020. Uma das três fontes, que não tinha autorização para falar publicamente, disse que Harper ainda poderia anunciar a compra do F-35 nas próximas semanas, sem competição com outro caça, mas que isso seria uma decisão política.
A proposta da Boeing provavelmente inclui mais acordos tradicionais de compensação, com contratos para empresas canadenses. A Dassault francesa afirmou que está preparada para, eventualmente, construir o Rafale no Canadá.
Analistas e críticos da oposição suspeitam que o governo vai adiar a decisão até depois das próximas eleições. Caso o Canadá adie excessivamente a compra de novos caças, provavelmente terá que modernizar seus caças CF-18 que mostram sinais da idade, cuja compra remonta a 1982. Isso teria um custo estimado em 1 bilhão.
A Lockheed afirmou, na quinta-feira, que continuava a apoiar o governo canadense e o secretariado, enquanto estes pesam as opções. Um porta-voz da Boeing afirmou que a empresa também mantém seu apoio ao processo canadense. No momento, o primeiro ministro Harper está no País de Gales num encontro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sofrendo pressão para ampliar os gastos do Canadá com defesa, face às instabilidades na Ucrânia e no Oriente Médio.
FONTE: Reuters (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS: Boeing, Lockheed Martin, Dassault e Eurofighter
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