Comandante diz que Força Aérea Indiana não pode se permitir atrasar acordo do Rafale

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Marechal Arup Raha também disse que acordo deverá ocorrer logo, mas não quis precisar uma data. Declarações vêm num momento em que o consórcio Eurofighter tenta reentrar na disputa, com uma oferta de desconto

Reportagem publicada pelo jornal Hintustan Times nesta quarta-feira, 3 de setembro, trouxe declarações do comandante da Força Aérea Indiana (IAF), marechal do ar Arup Raha, sobre o acordo do caça Rafale. O comandante disse que é crítico manter no cronograma o acordo do Rafale,  pois a IAF não pode se permitir atrasar mais. O contrato para 126 exemplares do caça francês é estimado em 25 bilhões de dólares  (Rs 1,50,000 crore), segundo o jornal, e é considerado o maior do mundo.

As declarações do marechal são significativas num momento em que o consórcio Eurofighter, apoiado por quatro países europeus (Alemanha, REino Unido, Itália e Espanha), tenta reentrar na disputa e vender seus caças Typhoon à Índia. Apesar de ter perdido a concorrência há dois anos e meio para a francesa Dassault, fabricante do Rafale,  o consórcio liderado pela Alemanha teria apresentado recentemente uma proposta revisada e “adocicada” com um desconto.

Numa entrevista exclusiva ao Hindustan Times, o marechal Raha disse:  “Não será apropriado fazer qualquer mudança no processo. O atual governo tem acertado o passo do trabalho e as coisas estão se movimentando rápido o suficiente quanto ao contrato dos caças.” O comandante não quis estabelecer um prazo final para a assinatura do contrato do Rafale, mas disse que “vai acontecer logo”. Foi em janeiro de 2012 que a Índia selecionou o caça Rafale como oferta de menor valor da competição em que o Typhoon era o outro finalista, e iniciou negociações exclusivas com a Dassault.

Ainda sobre a contra-oferta do consórcio Eurofighter, uma autoridade do Ministério da Defesa afirmou: “O Rafale correu até a linha de chegada. É tarde demais para saltar de paraquedas na corrida. A porta está fechada.”

Se a Índia assinasse o contrato do Rafale hoje, a IAF só receberia o último dos 126 caças encomendados por volta de 2025. Essa aquisição é crucial pois a China está modernizando rapidamente a sua força aérea. A autoridade do ministério disse ainda que não há, nas regras de aquisição de defesa, previsão para reabrir a disputa para o consórcio Eurofighter nesse estágio. Isso só poderia ocorrer se a Índia cancelasse o programa e recomeçasse, do zero.

O consórcio europeu também fez uma contra-oferta para os Emirados Árabes Unidos, visando vender 60 caças Typhoon. Porém, as conversações para fechar o acordo entraram em colapso em dezembro passado. Nos Emirados, o Typhoon também disputa uma encomenda com o Rafale.

O processo de compra de caças avançados pela Índia começou em 2001, levando o Ministério da Defesa a abrir uma competição internacional com seis fabricantes estrangeiros em agosto de 2007, no que ficou conhecido como programa MMRCA (caça multitarefa de porte médio).

FONTE: Hindustan Times (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOS via Força Aérea Francesa

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