Gripen movimenta indústria de defesa
Segundo o presidente da Inbra, Jairo Candido, as discussões estão caminhando bem, dentro de target (meta) preestabelecido de ter até 80% da estrutura (de fuselagem e materiais compostos) produzida na unidade fabril. Já o restante, incluindo sistemas elétricos, hidráulicos, armamentos, motor, comunicação, radar, tudo isso será montado pela Embraer, na unidade de Gavião Peixoto (interior de São Paulo).
Candido assinala que, nas conversas para agregar novos itens à fábrica de São Bernardo, pesam a favor a rede de suprimentos nacional. Ele destaca que, ao tomarem conhecimento da cadeia de fornecimento existente no País, os executivos da Saab ficaram favoravelmente surpresos, pela competência existente no desenvolvimento dos componentes para a integração com a aeroestrutura. Ele destaca que se começou a perceber oportunidades de fabricação local. Segundo ele, não faria sentido importar peça de usinagem já que o País tem fornecedores habilitados nessa área.
Fator decisivo para a decisão do governo federal de fechar contrato com a Saab, para a aquisição de 36 aeronaves, por cerca de US$ 4,5 bilhões, a transferência de tecnologia, com a possibilidade de se produzir caça supersônico no País deve beneficiar, dessa forma, as indústrias nacionais. “Acho que ficará aqui no Brasil, com produção e mão de obra brasileira, parte bastante significativa desses US$ 4,5 bilhões”, diz Candido.
O benefício não ficará apenas na compra da FAB. Isso porque há o compromisso de que, em qualquer outro contrato de aquisições do Gripen NG pelo mundo, a fábrica da Inbra em conjunto com a Saab – que terá aporte de US$ 150 milhões da companhia sueca, receberá o nome de SBTA e contará com 60% de participação da mauaense e 40% da sueca – será a única fornecedora da estrutura para esse modelo.
SELEÇÃO – A Inbra fará, a partir de outubro, processo seletivo para a contratação de profissionais para diversas funções, desde montadores, operadores até engenheiros. Segundo o presidente da empresa, Jairo Cândido, o alvo serão pessoas com potencial de aprendizado, com qualificação e que falem inglês.
Segundo o executivo, a empresa se prepara para dar um salto tecnológico, com a produção para a indústria aeronáutica. De fornecedor de níveis 2 e 3 (provedores de insumos e pequenas partes), passará a nível 1 (suprindo com peças estruturais da aeronave), destaca.
Cândido assinala ainda que, apesar da experiência de muitas empresas no ramo, “ninguém no Brasil faz nada para supersônico. Esse salto é gigantesco”, diz. Para conseguir isso, a companhia já está fazendo intercâmbio, com o treinamento de funcionários na Suécia e a visita de técnicos de lá para conhecer o parque fabril brasileiro. Atualmente, há cerca de 18 pessoas nessa “ponte aérea” entre o Brasil e a cidade de Linköping, onde fica a fábrica da Saab na Suécia.
FONTE / FOTO DE BAIXO: Diário do Grande ABC (reportagem de Leone Farias)
IMAGEM DO ALTO (meramente ilustrativa): Saab
VEJA TAMBÉM:
- Em detalhes, a audiência na CRE sobre F-X2 e a escolha do Gripen
- Aeronáutica atrai empresas do grande ABC
- Quem é o Grupo Inbrafiltro
- Helicóptero da Helibras recebe tecnologia nacional
- Avanço na nacionalização dos helicópteros EC725 inclui desenvolvimento de projetos e desenhos dos sistemas
- Caça Gripen, da Saab, terá versão com dois assentos
- A brasileira por trás do caça Gripen
- Embraer agora está credenciada, oficialmente, como ‘Empresa Estratégica de Defesa’
- Helibras está mais perto do primeiro projeto nacional
- Helibras inaugura fábrica do EC725 – veja como foi o evento
- Entregue primeiro desenho de produção do Gripen NG feito no Brasil
- Rafale: destaques da cooperação e transferência tecnológica ao Brasil
- Blindagens do EC725 serão produzidas no Brasil
- Delegação sueca visita Grande ABC
- Helibras contrata os primeiros fornecedores brasileiros para o EC725
- Programa EC725: mais dois contratos com empresas nacionais
- Fiesp aposta que Lula optará por caça sueco
- Por que parcerias aeroespaciais França-Brasil? Porque inovação custa caro