Venda do Rafale ao Qatar deve sair antes do contrato na Índia

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Dassault estaria próxima de fechar um contrato para 72 caças Rafale no Qatar, segundo fonte do governo francês

Reportagem publicada pelo informativo econômico Bloomberg na quinta-feira, 19 de junho, trouxe informação atribuída a uma fonte do governo francês de que a Dassault Aviation, empresa aeronáutica francesa, está prestes a vencer um contrato para 72 de seus caças Rafale para o Qatar. Isso indica que a aeronave conseguirá sua primeira venda de exportação antes que a Índia assine um contrato, há muito esperado, para aquisição de 126 exemplares do Rafale.

Segundo a fonte governamental francesa, o contrato com o Qatar provavelmente se dará em dois lotes de 36 caças. A possível venda deverá ser discutida em visita à França, na próxima semana, do governante do país do Oriente Médio, Sheikh Tamim Bin Hamad Al Thani. O Ministério da Defesa do Qatar e a Dassault não comentaram o assunto.

Vendas externas têm sido críticas, para fabricantes europeus e dos Estados Unidos, para compensar os cortes em seus orçamentos domésticos de defesa. Até o momento, o único fabricante francês de caças não conseguiu nenhuma venda do Rafale ao exterior, sendo que caças fabricados anteriormente pela empresa atingiram três quartos de vendas para clientes externos. A Índia realiza negociações exclusivas com a Dassault há mais de dois anos, mas ainda não foi finalizado um contrato.

Segundo o especialista Richard Aboulafia, do Teal Group (Fairfax, Virginia – EUA), “visitas de estado tipicamente produzem acordos ou entendimentos que sinalizam a abertura de negociações. A Dassault não tem enfrentado problemas em abrir negociações para o Rafale, e sim grandes dificuldades para fechá-las.”

A Dassault vê possibilidades de vendas do Rafale para o Canadá e a Malásia, conforme já afirmado pelo diretor executivo da empresa, Eric Trappier. O caça também é considerado um competidor nos Emirados Árabes Unidos, apesar de, em 2011, o governante dos Emirados ter declarado que a proposta francesa não era competitiva, reabrindo conversações com fabricantes rivais.

Há mais de um ano o presidente francês, François Hollande, vem discutindo a venda dos caças com o Qatar. Em visita feita ao país há um ano, Hollande disse a jornalistas que cerca de três quartos dos equipamentos militares do Qatar são de origem francesa. O país do Oriente Médio tem uma das maiores reservas de gás do mundo, e pretende substituir sua frota de 12 caças Mirage (também da francesa Dassault) por aeronaves mais modernas.

FONTE: Bloomberg (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOS: Dassault

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