Avanço na nacionalização dos helicópteros EC725 inclui desenvolvimento de projetos e desenhos dos sistemas
Transferência de tecnologia também está permitindo à Helibras fortalecer uma rede de indústrias nacionais de alta capacitação
Itajubá, 13 de junho de 2014 – A fabricação pela Helibras dos 50 helicópteros EC725 adquiridos pelas Forças Armadas no âmbito do contrato firmado em 2008 com o Ministério da Defesa tem registrado grandes avanços no seu processo de nacionalização e estimulado o fortalecimento da cadeia industrial aeronáutica.
A empresa está desenvolvendo projetos e desenhos dos sistemas, como os que estão sendo elaborados pelo Centro de Engenharia da Helibras em parceria com a Marinha do Brasil exclusivamente para o helicóptero dessa Força. Para atender aos requisitos operacionais do cliente, o desenvolvimento da versão naval do EC725 contará com equipamentos para atividades de esclarecimento e ataque em missões de guerra de superfície (ASuW), missões de busca e salvamento (SAR), de combate e de apoio às operações anfíbias, operações especiais e apoio do sistema de contramedidas eletrônicas.
“Este é um programa inédito no Brasil e no Airbus Group, porque estamos criando aqui um EC725 com sistema de configuração totalmente original, a pedido do cliente, e desenvolvido pelos profissionais da Helibras no país. A partir deste projeto, estaremos aptos a atender qualquer país no mundo que necessite deste tipo de aeronave, tornando a nossa cadeia de fornecedores locais apta também a esse crescimento”, disse Eduardo Marson, presidente da fabricante de helicópteros.
A equipe de engenharia concentra-se agora na finalização da integração dos softwares do míssil Exocet AM39, armamento que terá sua motorização produzida nacionalmente pela companhia Avibras, de São José dos Campos (SP). Airbus Helicopters, Helibras e MBDA, empresa francesa produtora do míssil, realizaram com sucesso os primeiros testes de acoplagem de armamentos a um EC725 protótipo. O motor é peça fundamental do míssil e será construído inteiramente no país, pela Avibras, com as características transferidas da MBDA, porém com conhecimento e tecnologias brasileiras.
Em etapa conclusiva se encontra também o radar tático de vigilância marítima e mísseis AM39. O aparelho foi instalado na aeronave na fábrica da Helibras e oferece ao operador alto desempenho na capacidade de detectar, rastrear e identificar alvos através de sua câmera de 360º e de sensores infravermelhos. Os dois componentes deverão passar por testes em voo nos próximos meses.
“Estes helicópteros serão os mais modernos e completos da Marinha do Brasil, pois além do desenvolvimento de sistemas exclusivos foram empregadas funções próprias das missões navais já conhecidas, como a possibilidade de operações em NVG – de visão noturna – e demais tecnologias recentes”, explica Walter Filho, diretor do Centro de Engenharia da Helibras.
A aeronave protótipo já recebeu a integração do sistema lançador de contramedidas e realizou, com sucesso, o ensaio do sistema, que foi integrado nacionalmente e fez seu primeiro teste em voo no país com uma equipe de pilotos e engenheiros brasileiros.
A Helibras ainda trabalha em outros dois desenvolvimentos, um console de operação tática e o sistema de reabastecimento em voo. O console traz um monitor com sistema que recebe e analisa o cenário em torno do helicóptero, encontrando alvos e preparando as atividades que o copiloto pode executar em tempo real. Já o reabastecimento em voo, utilizado na França, será adaptado de acordo com as especificações da aeronave e tipos de missões de cada Força.
Em função do programa do EC725 foram assinados 16 contratos com indústrias nacionais responsáveis por diversos componentes e sistemas das aeronaves brasileiras. São fabricantes como a Inbra, que está recebendo a tecnologia para fabricar a estrutura intermediária do helicóptero em material composto, peça que no Brasil ninguém produz em carbono e que interessa muito ao país, não somente para a fabricação de helicópteros, mas para a indústria aeronáutica como um todo.
Além dessas empresas, outras fornecedoras de materiais e serviços também estão se qualificando, e a tecnologia internalizada no país poderá ser utilizada por elas em outros projetos de aviação, permitindo que expandam suas atividades e que possam entrar na cadeia de fornecedores das demais subsidiárias da Airbus Helicopters em suas necessidades específicas.
DIVULGAÇÃO: Convergência Comunicação Estratégica
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