‘Comprar o monomotor F-35 para o Canadá é um sério erro’, diz organização canadense
Segundo relatório, caças monomotores são passíveis de alta taxa de acidentes no Canadá, em parte resultantes de choques com pássaros. Falhas de motor, no caso de monomotores, são um problema para um país com uma grande extensão de costa e territórios no Ártico, com pouca densidade de aeródromos
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No início da semana, a canadense CBC News noticiou a publicação de relatório da CCPA – Canadian Centre for Policy Alternatives (Centro Canadense para Alternativas Políticas) que indica a compra de caças monomotores F-35 para o Canadá como “um sério erro”.
O relatório da organização canadense tem como título “One Dead Pilot” (um piloto morto) é assinado por Michael Byers, professor de ciência política (cadeira de pesquisa em política global e lei internacional) da Universidade da Columbia Britânica, e recentemente recebeu o Prêmio Donner pelo seu livro “International Law and the Artic” (Lei Internacional e o Ártico”. Byers ambém já foi candidato, pelo partido NDP (Novos Democratas, que faz oposição ao governo Conservador no Canadá).
O autor sugere com veemência que o governo canadense considere seriamente as opções de caças bimotores para substituir a frota de jatos CF-18 da Força Aérea Real Canadense, que também têm dois motores. Diferentemente do que está sendo contestado pelos opositores à compra do F-35, que são as questões de preço e de problemas no processo de avaliação, o argumento agora está dentro da aeronave, no motor. Pelo relatório, caças monomotores são perigosos e não confiáveis para as condições do Canadá, um país que tem a maior costa do mundo e vastos territórios no Ártico.
No relatório, é lembrada a operação do caça monomotor CF-104 Starfighter pelo Canadá, entre a década de 1960 e o final dos anos 1980, período em que o tipo sofreu 110 acidentes. Um quarto das quedas foram atribuídas a choques com pássaros, e o argumento é que, no caso de caças bimotores, esses eventos permitem que as aeronaves continuem voando com apenas um motor, o que não é possível para os monomotores.
Byer conclui que “falhas de motor vão continuar acontecendo, e quando isso ocorre longe de um aeroporto, um segundo motor é a única coisa que pode prevenir uma queda.”
Byers também argumenta que no Alasca, que apresenta condições árticas semelhantes às canadenses, os Estados Unidos não deverão estacionar esquadrões de F-35. Os principais caças baseados no Alasca são os bimotores F-22.
Apesar do relatório da organização canadense afirmar que o F-35 não é adequado para o Canadá, ele não faz restrições a seu uso em outros países. O autor lembra que os Estados Unidos têm uma densidade muito maior de aeroportos em seu território, o que permite mais opções para pousos de emergência em caso de falha de motor.
O autor destaca que a Força Aérea Real Canadense estudou o F-35 com atenção e que, provavelmente, examinou bem a questão dos monomotores frente aos bimotores. O problema, segundo Byers, é que esse relatório não foi tornado público.
FONTE: CBC News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTOS (em caráter meramente ilustrativo): USAF, Lockheed Martin e USN
NOTA DO EDITOR: clique aqui para acessar o relatório, na página do CCPA (Canadian Centre for Policy Alternatives). Sobre a operação do F-35 no Alasca, até março deste ano o assunto ainda estava em aberto, com duas bases no estado disputando com outras, na região Ásia-Pacífico, o recebimento do novo caça. Clique no primeiro link da lista abaixo para acessar a matéria e nos demais links para assuntos relacionados aos planos de substituição dos caças CF-18 canadenses.
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