Oposição canadense pressiona governo a explicar suposta decisão pelo F-35

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Representante do governo, em resposta, disse que nenhuma decisão foi tomada ainda e recusou-se a revelar quando será divulgada. Há rumores de que só haverá divulgação durante as férias parlamentares do meio do ano

No último sábado, 7 de junho, o jornal Toronto Sun publicou reportagem assinada por Daniel Proussalidis sobre as repercussões políticas de reportagem recente da Reuters, que indicava que o governo do Canadá decidiu-se pelo caça F-35 como substituto da frota atual de CF-18 da Força Aérea Real Canadense.

A polêmica está focada na questão industrial. O parlamentar Matthew Kellway, do NDP (Partido Novo Democrata), perguntou na sexta-feira, no período reservado a questões: “Poderia o ministro, ao menos, dizer-nos se empresas canadenses terão trabalho garantido?”

Em resposta, Bernard Trottier, secretário parlamentar da ministra de Obras Públicas (pasta envolvida no assunto dos caças) Diane Finley, pediu que Kellway “esfriasse os seus motores”: “Nenhuma decisão foi tomada sobre a substituição da frota de  caças CF-18. Nosso governo vai finalizar diversos relatórios relacionados a capacidades de defesa, benefícios ajustáveis, custos e outros fatores com vistas a substituir nossa frota de CF-18.”

Trottier disse que a avaliação de possíveis caças incluem questões sobre benefícios industriais, mas recusou-se a revelar quando o governo anunciaria a decisão sobre os substitutos do CF-18. Este novo combate político sobre o tema segue-se a uma reportagem da Reuters, baseada em múltiplas fontes, afirmando que a revisão governamental sobre potenciais substitutos da atual frota já estaria pronta, e que o governo estaria prestes a finalizar a decisão de comprar 65 jatos F-35 sem uma competição. O governo não confirmou a informação.

Especula-se que os governistas esperariam até o início das férias parlamentares do meio do ano para anunciar uma decisão, o que está agendado para daqui a duas semanas.

Desde junho de 2012 o governo vem avaliando não só o caça furtivo F-35 da norte-americana Lockheed Martin, mas também o Super Hornet da Boeing (também dos EUA), o francês Dassault Rafale e o Typhoon, do consórcio europeu Eurofighter. Apesar do governo ter estabelecido um orçamento de 9 bilhões de dólares para a compra de caças, a estimativa de custo total ao longo do ciclo de vida de 42 anos, seria de 45 bilhões, para uma frota de 65 caças F-35.

Nesse meio tempo, dez outros países se comprometeram a comprar o F-35, incluindo Austrália, Japão, Noruega e Coreia do Sul. Os australianos já começaram o treinamento no caça, e espera-se que os dois primeiros exemplares da Austrália deixem a linha de montagem nos próximos meses. A Dinamarca deverá decidir-se no ano que vem se substituirá seus velhos F-16 pelo F-35, enquanto Bélgica e Cingapura são vistos como compradores em potencia.

FONTE: Toronto Sun (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOS: Lockheed Martin e Poder Aéreo

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