Rafale na Índia: contrato sai em 3 meses, segundo fontes do MD indiano

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Questões de offsets, divisão do trabalho e garantias já estariam resolvidas, faltando apenas ao comitê de negociação fechar os custos antes de submeter ao governo para aprovação final

O jornal indiano Economic Times noticiou nesta terça-feira, 3 de julho, que o país está mais perto de finalmente selar o contrato para 126 caças franceses Dassault Rafale, do projeto MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio) que tem valor estimado de quase 20 bilhões de dólares.

Fontes do Ministério da Defesa da Índia disseram ao jornal que as negociações comerciais finais do MMRCA poderão ser finalizadas “nos próximos três meses”. A Força Aérea Indiana (IAF) já mostrou ao novo governo de Narendra Modi que o programa está no topo das prioridades, e é considerado crítico para manter uma vantagem frente ao Paquistão e a dissuasão frente à China. Atualmente, a IAF conta com apenas 34 esquadrões de caça dos 44 necessários.

As conversações com a companhia francesa Dassault andaram muito devagar desde quando o caça Rafale foi selecionado para negociações exclusivas em janeiro de 2012 após vencer seus competidores. As fontes do Ministério da Defesa afirmaram, porém que os trabalhos nos três subcomitês que lidaram com as questões de manutenção técnica, compensações (offsets) e transferência de tecnologia agora estão completados.

Pelo projeto MMRCA, os 18 primeiros caças serão entregues diretamente da França, enquanto a estatal indiana de aviação Hindustan Aeronautics Ltd (HAL) fabricará os demais 108 jatos na Índia, ao longo de seis anos. Essa questão só foi resolvida, após meses de idas e voltas, em fevereiro deste ano, com um acordo de divisão de trabalho entre as empresas.

Por fim, uma fonte disse ao jornal que, “com as questões de offsets, divisão do trabalho, garantias e outros problemas resolvidos, o comitê de negociação de contrato agora precisa fechar os custos finais antes que o rascunho do contrato seja entregue ao governo para aprovação final”.

Caso o contrato seja assinado nos próximos meses, espera-se que os primeiros dos 18 caças fabricados na França cheguem à Índia a partir de meados de 2016. Já os exemplares fabricados na HAL começarão a sair da linha de montagem a partir de 2018. A cadência inicial da HAL será de 6 aeronaves por ano, crescendo mais tarde para 20 anuais.

Quando o processo de seleção do MMRCA começou em meados de 2007, o custo geral foi estimado em Rs 42,000 crore, cerca de 10,4 bilhões de dólares, para 126 caças. Porém, com a inflação, o valor deverá chegar a 20 bilhões de dólares quando finalizado o contrato.

Marcos do programa, considerado “a mãe de todos os contratos de defesa”

  • agosto de 2007: a competição MMRCA foi lançada, após longa espera
  • abril de 2011: os caças americanos F/A-18 Super Hornet e F-16 Super Viper, o sueco Gripen e o russo MiG-35 foram excluídos após extensos testes de campo
  • novembro de 2011: abertas as propostas comerciais do Eurofighter Typhoon (EADS) e do francês Rafale (Dassault)
  • janeiro de 2012: o Rafale foi declarado vencedor (proposta de menor valor – lowest bidder) tanto em relação aos custos unitários quanto aos “custos de ciclo de vida” (custos para operar os caças por um período superior a 40 anos e 6.000 horas de voo)

FONTE: Economic Times (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOS: Dassault

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