Canadá sinaliza que tomará, em breve, decisão sobre abrir concorrência de caças

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Decisão envolve a opção de comprar caças F-35 sem abrir concorrência, ou colocá-lo para competir com propostas do Rafale, Typhoon e Super Hornet

Segundo reportagem publicada pela Reuters na quinta-feira, 29 de maio, o Governo Canadense sinalizou que deverá tomar em breve uma decisão sobre substituir seus envelhecidos caças CF-18 pelos F-35 da Lockheed Martin, de características furtivas, ou abrir uma concorrência para que outros fabricantes participem. A reportagem é assinada por Randall Palmer.

As informações foram dadas na quinta-feira pela ministra de Obras Públicas, Diane Finley, ao afirmar que o Governo Conservador finalizará, nas próximas semanas, a análise de relatórios sobre como substituir os jatos CF-18 da Força Aérea Real Canadense: “Ao longo das próximas poucas semanas, ministros finalizarão as análises de uma certa quantidade de relatórios relacionados à avaliação de opções, benefícios industriais, custos e outros fatores”, disse Finley em um evento do setor de defesa.

A ministra não foi específica sobre a data para a decisão, apenas que, após as análises, será preciso saber se ainda há questões pendentes. Ela também afirmou: “Sempre soubemos que esta seria uma decisão difícil. É por isso que estamos levando tanto tempo.”

A ideia original de adquirir 65 caças furtivos F-35 da Lockheed Martin por 9 bilhões de dólares canadenses (US$ 8,3 bi), sem realizar uma competição aberta, gerou muitas críticas ao Governo Conservador, forçando-o a brecar o processo em 2012. Desde então, foram convidados outros fabricantes de caças para dar informações sobre suas aeronaves. A Força Aérea, ao lado de um painel independente de quatro membros, passou a avaliar as várias opções.

A questão central está entre realizar um processo competitivo ou simplesmente comprar o F-35, porque este seria o único avião capaz de atender às necessidades militares. O F-35 é promovido como o único caça que pode evitar detecção por radar, e seus defensores dizem que a participação no programa de produção permitirá aos canadenses concorrer para o fornecimento de componentes para milhares de exemplares a serem vendidos no mundo.

Partidos de oposição, por seu lado, criticaram a decisão anterior de não abrir uma competição para escolher os substitutos do CF-18, que entrou em serviço na década de 1980. A própria controladoria do governo afirmou que a decisão de compra do F-35 era baseada em dados ruins, com custos e riscos subestimados.

Já os competidores da Lockheed Martin prometem benefícios industriais garantidos no caso do Canadá escolher suas aeronaves. São eles a americana Boeing, com o F/A-18 E/F Super Hornet, a francesa Dassault, com o Rafale, e o consórcio europeu Eurofighter, com o Typhoon.

O Super Hornet é considerado um caça comprovado, usado maciçamente pelos Estados Unidos, mas com produção para terminar, embora a Boeing afirme que os EUA e a Austrália ainda voarão o jato por décadas, quando a empresa ainda estará fornecendo apoio à sua operação. O Rafale já foi empregado nos conflitos do Afeganistão, Líbia e Mali, mas nenhum país além da França já o comprou. O Eurofighter Typhoon tem 390 exemplares entregues para diversos países.

FONTE: Reuters (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOS: USAF, Boeing, Dassault, Eurofighter e Lockheed Martin

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