Rafale para o Qatar: anúncio poderá ser feito em visita de emir à França, em junho

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Em 23 de junho, o novo emir do Qatar, Sheikh Tamim Bin Hamad Al Thani, poderá anunciar a seleção do caça Rafale durante visita a Paris, segundo fontes da indústria francesa

Segundo matéria publicada pelo jornal francês La Tribune nesta quarta-feira, 28 de maio, daqui a menos de um mês uma data poderá entrar para a história do Rafale, fabricado pela francesa Dassault. Reportagem assinada por Michel Cabirol informa que o novo emir do Qatar,  Sheikh Tamim Bin Hamad Al Thani, deverá estar em 23 de junho em Paris, de acordo com várias fontes, e poderá aproveitar a ocasião para anunciar a escolha do caça Rafale para início de negociações exclusivas com a Dassault. Essa é a esperança de setores da indústria.

O otimismo na indústria foi percebido pelo La Tribune nos últimos dias. “Tudo está pronto, bastando que o Qatar aperte o botão”, disse uma fonte do setor, que também acredita que as negociações seriam muito menos complexas para se negociar do que as indianas.

As conversações entre França e Qatar foram retomadas em março, quando, após alguns meses em que o país do Oriente Médio permaneceu em silêncio sobre o assunto, passou a fazer novas perguntas sobre o caça. As questões envolveram o preço da aeronave de acordo com diversas opções de encomenda (12, 24, 36 ou 72 unidades).

A princípio, o Qatar parece estar disposto a ampliar sua frota, atualmente de 12 aviões de combate Mirage 2000-5, para um total de 72 aeronaves, com um primeiro lote de 36 exemplares de um novo caça. Em agosto do ano passado, o emirado mandou um pedido de propostas (RFP – Request for Proposal) a três fabricantes: Dassault, Lockheed Martin e o consórcio Eurofighter. Conforme um calendário informal que se tornou conhecido, a intenção inicial do Qatar era ter escolhido um fornecedor para o lote inicial de 36 jatos no final do ano passado, com o qual entraria em negociações exclusivas. Porém, esse cronograma não foi cumprido devido a estranhas manobras para que uma proposta americana, atrasada em relação à data especificada para recebimento dos envelopes, pudesse ser recebida, segundo diversas fontes do jornal francês.

Exportar o Rafale é um fator importante para que a Lei de Programação Militar (LPM) francesa possa ser cumprida, e o Qatar pode ser crucial nesse sentido, devido à demora da negociação de um contrato de 126 exemplares para a Índia. A LPM só prevê recursos para a aquisição de 26 caças Rafale pelas Forças Armadas Francesas entre 2014 e 2019, o que significa exportar boa parte dos jatos a serem produzidos pela Dassault nesse período (nota do editor: 66 exemplares no total), na menor cadência economicamente possível de 11 unidades por ano.

Pela LPM, 22 unidades ainda poderiam ser recebidas pela França neste ano e no ano que vem (11 em 2014 e outras 11 em 2015), o que deixaria praticamente toda a produção do período 2016-2019 voltada à exportação, sendo 18 exemplares para a Índia, caso esta assine o contrato até 2015, a serem entregues até 2018 (nota do editor: a Índia deverá montar localmente as 108 restantes de sua encomenda de 126 exemplares). Ainda assim, caso as expectativas de exportar o Rafale não sejam cumpridas, uma revisão da LPM poderá ser feita em 2015.

FONTE: La Tribune (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês)

FOTOS: Dassault

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