MD indiano quer orçamento 25% maior para assinar contratos que estão na fila

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Aumento pedido pelo Ministério da Defesa da Índia é necessário devido à fila de contratos negociados esperando assinatura, como o de seis aviões C-130J, para os quais não há verbas para a primeira parcela. O contrato de 126 caças Rafale, ainda em negociação, também demandará um pagamento inicial elevado

No plano de ação que preparou para ser apresentado ao novo Governo Indiano de Narendra Modi, o Ministério da Defesa do país quer um aumento de 25% em seu orçamento, que justifica devido a lacunas operacionais em recursos humanos, equipamentos e infraestrutura. Também há recomendações para diversos outros itens, como a criação de novos comandos dos três serviços para o espaço, guerra cibernética e forças especiais. As informações foram publicadas no jornal “The Times of India” no domingo, 25 de maio.

Porém, a mensagem que está por trás do plano de ação é que os fundos existentes estão se comprovando, em geral, inadequados para garantir que a máquina de guerra indiana continue pronta para o combate. A parte do orçamento dedicada a novas aquisições tem caído, assim como a capacidade de manter os equipamentos existentes com peças sobressalentes em quantidade adequada.

Aquisições já realizadas tendem a comprometer orçamentos futuros, e está claro que “ou o orçamento precisa crescer ou novas aquisições terão que ser adiadas”, segundo uma fonte contactada pelo jornal indiano. Por exemplo, a Índia não tem dinheiro suficiente para pagar a primeira parcela do mais recente contrato importante que aguarda assinatura, a encomenda de seis aviões de transporte adicionais C-130 J “Super Hercules”, cotada em 1,01 bilhão de dólares e acordada desde o dezembro do ano passado.

Outros contratos virtualmente finalizados continuam na fila, como a compra de 22 helicópteros de ataque Apache (por cerca de 1,4 bilhão de dólares), 15 helicópteros pesados de transporte Chinook (aproximadamente US$ 1 bilhão) e 145 obuseiros ultra-leves M-777 (cerca de 885 milhões de dólares).

Além desses também há, evidentemente, o já muito adiado projeto MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio), cotado em 20 bilhões de dólares para a aquisição de 126 caças franceses Dassault Rafale, nos estágios finais de negociação. Apenas esse contrato demandará o pagamento de uma primeira parcela de mais de Rs 10,000 crore (cerca de 1,7 bilhão de dólares – consulte aqui um site de conversão) assim que o contrato for assinado.

O programa de desenvolvimento de infraestrutura estratégica, como estradas próximas às fronteiras e ferrovias “estratégicas”, também está atrasado, assim como a implementação de um novo Corpo de Montanha do Exército, o  “XVII Mountain Strike Corps”, que terá uma tropa de mais de 90.000 integrantes. Além dessas obras, é necessário modernizar bases aéreas como Nyoma e Kargil, e pistas de desdobramento no setor leste e aumentar o número de oficiais, para o que é necessário expandir a capacidade das academias de treinamento.

O orçamento interino de Defesa da Índia para o período 2014-2015 corresponde, segundo o jornal, a 1,74% do PIB projetado do país, o que corresponde à menor porcentagem das últimas três décadas. Especialistas vêm apontando a necessidade, há tempos, de aumentar essa participação para 3% do PIB, já que as principais ameaças percebidas para a Índia, que são a China e o Paquistão, gastam cerca de 3% do PIB em defesa.

FONTE: The Times of India (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em Inglês)

FOTOS: Dassault e Lockheed Martin

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