Gripen E: a força do ‘sim’ no Brasil e na Suécia contra o ‘não’ suíço

17

Como a escolha do Gripen pelo Brasil e a divulgação do contrato na Suécia influenciaram o valor da ação da Saab em comparação com o impacto do ‘não’ suíço

 

  É de conhecimento geral que o valor das ações das empresas de capital aberto oscila, dentre outros motivos, conforme os anúncios de novas encomendas ou cancelamentos de pedidos. Com a Saab, fabricante de caça Gripen, não é diferente. Suas ações são livremente negociadas na bolsa da valores de Estocolmo (capital da Suécia).

Nós do Poder Aéreo resolvemos analisar, mesmo que de forma simplificada (pois não somos especialistas em mercado de ações, nem é este o nosso nicho), o comportamento das ações da Saab nos últimos seis meses. Este período é interessante porque abrange tanto a escolha do Gripen pelo Governo do Brasil como a rejeição, por votação popular, do financiamento do mesmo jato pela população suíça.

Em 18 de dezembro do ano passado o governo brasileiro anunciou a escolha do Gripen de nova geração como o vencedor do Programa F-X2, prevendo uma encomenda de 36 exemplares. Além disso, no mesmo dia (e algumas horas antes do anúncio do Brasil), a Saab divulgou a informação de que havia recebido o contrato de produção do caça para a Força Aérea Real Sueca. No dia anterior aos anúncios, a ação da Saab fechou valendo 133 coroas suecas. No fechamento do dia 18, o valor subiu para 175,4, representando uma valorização próxima de 30%.

Exatamente cinco meses após os anúncios de 18 de dezembro, a população suíça foi às urnas decidir sobre uma proposta do governo daquele país para financiar a aquisição de 22 caças Gripen E. Por uma margem pequena venceu o “não”. Na sexta-feira anterior ao plebiscito o valor da ação da Saab era cotado a 189,2 coroas suecas. Na segunda-feira após a decisão suíça, o valor da ação caiu para 188 (valor de fechamento). Desde então a ação se valorizou e na última sexta-feira (23/2) já era cota a um valor superior de antes da votação suíça.

wpDiscuz