Gripen E: a força do ‘sim’ no Brasil e na Suécia contra o ‘não’ suíço
Como a escolha do Gripen pelo Brasil e a divulgação do contrato na Suécia influenciaram o valor da ação da Saab em comparação com o impacto do ‘não’ suíço
Nós do Poder Aéreo resolvemos analisar, mesmo que de forma simplificada (pois não somos especialistas em mercado de ações, nem é este o nosso nicho), o comportamento das ações da Saab nos últimos seis meses. Este período é interessante porque abrange tanto a escolha do Gripen pelo Governo do Brasil como a rejeição, por votação popular, do financiamento do mesmo jato pela população suíça.
Em 18 de dezembro do ano passado o governo brasileiro anunciou a escolha do Gripen de nova geração como o vencedor do Programa F-X2, prevendo uma encomenda de 36 exemplares. Além disso, no mesmo dia (e algumas horas antes do anúncio do Brasil), a Saab divulgou a informação de que havia recebido o contrato de produção do caça para a Força Aérea Real Sueca. No dia anterior aos anúncios, a ação da Saab fechou valendo 133 coroas suecas. No fechamento do dia 18, o valor subiu para 175,4, representando uma valorização próxima de 30%.
Exatamente cinco meses após os anúncios de 18 de dezembro, a população suíça foi às urnas decidir sobre uma proposta do governo daquele país para financiar a aquisição de 22 caças Gripen E. Por uma margem pequena venceu o “não”. Na sexta-feira anterior ao plebiscito o valor da ação da Saab era cotado a 189,2 coroas suecas. Na segunda-feira após a decisão suíça, o valor da ação caiu para 188 (valor de fechamento). Desde então a ação se valorizou e na última sexta-feira (23/2) já era cota a um valor superior de antes da votação suíça.