Dassault já ‘abriu o apetite’ após rejeição do Gripen na Suíça, segundo jornal

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‘Fracasso do Gripen abre o apetite da francesa Dassault’ é a chamada de matéria do jornal Tribune de Genève, publicado em francês


“As cinzas do Gripen ainda não resfriaram após o fracasso de sua compra no referendo de domingo, mas uma primeira indústria aeronáutica já se aproxima do céu da Suíça”. Assim começa a reportagem publicada  no jornal Tribune de Genève e em vários outros de língua francesa da Suíça, assinada por Christine Talos e com informações da Agência France Presse (AFP). A matéria emenda com a informação de que o CEO da Dassault, Eric Trappier, disse nesta segunda-feira que a oferta de venda do Rafale feita originariamente à Suíça não estava mais válida, mas poderia “voltar a ser”.

O executivo da empresa, que produz o caça Rafale e os jatos executivos Falcon, falou nos bastidores de uma coletiva de imprensa no salão aeronáutico de Genebra: “Nossa oferta não está mais válida para o Estado, mas pode voltar a ser, caso seja solicitado.” Ele acrescentou que esse assunto ainda está num estágio “prematuro”.

Apesar de Trappier não querer comentar mais sobre o referendo suíço, ele estima que o resultado provavelmente foi “uma mistura entre aqueles que eram contra aviões de combate em geral e outros que eram contra o assunto em si, especialmente o Gripen.” De acordo com o executivo da Dassault, o Gripen tem “algum risco”. Ele lembrou que o caça sueco está no estágio de desenvolvimento, no que se refere à versão selecionada pelo governo suíço, contrariamente ao Rafale e ao Eurofighter, “soluções totalmente sem riscos porque já operam em suas forças armadas.” Trappier acrescentou que “esta poderia ser uma preocupação entre os que votaram contra.”

Em 2011, o Conselho Federal e Ueli Maurer (chefe do Departamento de Defesa) optaram pelo Gripen, em detrimento ao Rafale e ao Eurofighter. Essa escolha foi largamente contestada desde o início, segundo o jornal, não apenas entre parlamentares, mas também entre muitos militares. Porém, o Parlamento endossou a decisão do governo no outono do ano passado.

FONTE: Tribune de Genève (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês)

FOTOS: Armasuisse e Força Aérea Suíça

NOTA DO EDITOR: o executivo francês até que foi bastante cauteloso com as palavras, ao contrário do tom utilizado no início da reportagem original.

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