Companhias aéreas internacionais deixam de voar para Caracas em função das dívidas do Governo Bolivariano de Venezuela. Air Canada encerrou suas operações em março. Alitalia encerrará seus voos no início de junho e Lufthansa anuncia suspensão de emissão de bilhetes aéreos. Iberia e Air France deverão ser as próximas.

 

 

A companhia aérea alemã Lufthansa, comunicou sexta-feira, dia 16 de Maio, às agências de viagens em Venezuela, através do sistema BSP da IATA, que resolveu suspender a emissão de bilhetes aéreos de e para Caracas.

A medida segue-se à retirada das companhias Air Canada, que desde 15 de Março passado deixou de voar entre Toronto e a capital venezuelana, e à decisão da Alitalia que na passada terça-feira anunciou que a partir de 2 de Junho deixará de voar entre o Aeroporto de Fiumicino/Roma e a capital venezuelana. Uma suspensão que, segundo o site da companhia italiana, está prevista até ao dia 25 de Outubro deste ano. Durante o corrente mês a Alitalia já tinha cortado 17 voos.

A Lufthansa na sua comunicação não esclarece se vai ou não suspender os voos, mas os agentes de viagens venezuelanos entendem o comunicado como uma preparação da suspensão dos voos, que por estarem lotados irão ser realizados nas próximas semanas. Depois a companhia deverá tomar a decisão. A Lufthansa tem um voo diário entre os Aeroportos de Frankfurt e de Caracas, operando actualmente com aviões Airbus A330-300 com capacidade para 221 passageiros, uma redução de 37% da capacidade em relação aos aparelhos que utilizou na rota até ao ano passado.

Todas estas acções, de redução e de suspensão de voos das companhias aéreas internacionais, resultam da falta de pagamento de cerca de quatro mil milhões de dólares norte-americanos em dívida pelo Governo Bolivariano de Venezuela às companhias aéreas, que venderam passagens no mercado venezuelano e que não conseguem transferir as receitas para os seus países, por falta de liquidez em Caracas e também por discordarem das taxas de câmbio indexadas pelo Governo de Nicolás Maduro, que tem adiado consecutivamente uma solução mais coerente com os interesses das companhias aéreas.

Um porta-voz da Associação de Linhas Aéreas em Venezuela disse sexta-feira em Caracas que a situação continua a ser muito preocupante e que o pagamento é imprescindível e não deve demorar mais, pois nalguns casos as verbas retidas são iguais ou superiores aos ganhos líquidos anuais de algumas companhias, nomeadamente as mais pequenas da América Latina, e que no caso de outras empresas ainda mais pequenas essas verbas são imprescindíveis para que possam manter as suas operações activas.

Continua a não haver uma reacção oficial do Governo Bolivariano desde o anúncio da saída da Alitalia, a que se junta agora a possibilidade da Lufthansa abandonar e de outras duas companhias seguirem o mesmo caminho na próxima semana. Os jornais de Caracas escrevem hoje, sábado, dia 17 de Maio, que igual procedimento deverá ser seguido pelas companhias Iberia e Air France-KLM.

FONTE: News Avia

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