Gripen na Suécia: partidos discordam sobre aumento dos recursos para a Defesa
Ao contrário de países como a Suíça, onde a oposição quer cortar gastos de defesa, na Suécia a briga dos oposicionistas é para ampliá-los
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Na manhã de ontem, 15 de maio, os principais partidos políticos da Suécia entraram em choque sobre quanto será o orçamento de defesa do país. Isso se deu em seguida à apresentação da proposta orçamentária para os próximos anos, por parte do Comitê de Defesa encabeçado por Cecilia Widegren, parlamentar do Partido Moderado (conservadores).
A proposta apresentada pelo comitê foi de um aumento de 5,5 bilhões de coroas suecas (cerca de 835 milhões de dólares ou 1,85 bilhão de reais), mas a oposição Social-Democrata quer que esse aumento seja maior. Só nos recursos anuais adicionais para unidades e material até 2018, por exemplo, em que a proposta do comitê é de 1,1 bilhão de coroas a mais, a oposição quer um valor de 2 bilhões, como defende o porta-voz do Partido Social-Democrata, Peter Hultqvist.
No relatório do comitê, está sugerido o aumento da encomenda de novos caças Gripen para 70 exemplares, ao invés de 60, assim como ampliar para cinco o número de submarinos (ao invés de quatro). Também são sugeridas a compra de um novo e moderno sistema antiaéreo e o aumento da cooperação com outros países e organizações de defesa, como as Nações Unidas, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O relatório do comitê tinha como prazo original 31 de março, mas recebeu uma extensão após ter irrompido a crise na Ucrânia, devido à necessidade de mais tempo para analisar as consequências da instabilidade.
Entre as capacidades que vê como necessárias para incrementar, o relatório do comitê (clique aqui para acessar o texto divulgado em inglês) começa pelo aumento para 70 exemplares na encomenda de 60 caças Gripen E já aprovados, afirmando que deverão ser equipados com mísseis ar-superfície de longo alcance. Na sequência, vem o aumento para cinco submarinos ao invés dos quatro atualmente planejados, uma modernização das corvetas, um moderno sistema de mísseis antinavio, organização das unidades de combate do Exército numa estrutura de brigada mais sólida, além do reforço da capacidade da Guarda Nacional. Também são recomendadas propostas relacionadas à defesa cibernética e ao aumento da presença militar sueca em exercícios avançados no Báltico e na ilha de Gotland.
A agressão russa contra a Ucrânia é a justificativa para reforço da importância da cooperação com a União Europeia, especialmente com a defesa Nórdica, em cooperação mais próxima não só com os países da Escandinávia, mas também com os países Bálticos, Polônia e Alemanha.
Ainda sobre a situação regional, o comitê declarou: “A região Nórdica e do Mar Báltico é caracterizada, em geral, pela estabilidade, diálogo e cooperação. As políticas perseguidas pela Rússia, por outro lado, são imprevisíveis e desestabilizadoras. É inconcebível que um conflito militar na nossa região afete apenas um país. Um ataque separado visando diretamente a Suécia não parece plausível. Porém, crises e incidentes – incluindo os que envolvem força militar – podem também ocorrer no longo prazo e a ameaça de um ataque militar não pode ser totalmente descartada. A agressão da Rússia à Ucrânia demonstra que o risco desse tipo de ação aumentou, incluindo a nossa região.”
O relatório também faz menção ao fato do principal partido de oposição, o Social Democrata, apesar de concordar com os princípios apresentados, deseja um aumento adicional do orçamento de defesa.
FONTES: Rádio Sueca (sverigesradio) e Ministério da Defesa da Suécia (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)
FOTOS: Forças Armadas da Suécia
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