Sim ou não no dia 18? A pergunta de 340 milhões de francos suíços para o programa Gripen NG
Alguns leitores acreditam que, com mais um parceiro internacional no programa do Gripen NG, aumenta-se a escala da produção das aeronaves, de seus componentes, e também as possibilidades de negócio em benefício de suecos, suíços e brasileiros. Nesse sentido, um “sim” à aquisição do Gripen pela Suíça, no referendo de 18 de maio, beneficiaria o Brasil.
Já outros leitores defendem que um “não” nesse referendo seria mais benéfico à negociação brasileira com os suecos, pois o Brasil se tornaria o único parceiro internacional do programa até o momento, aumentando seu poder de barganhar mais participação industrial, de desenvolvimento de conteúdo brasileiro, ou outras vantagens de compensações (off set) e de valor do contrato.
Porém, um detalhe deve ser lembrado: a pergunta “sim” ou “não” para o Gripen na Suíça é, também, uma pergunta de 340 milhões de francos, ou de 380 milhões de dólares.
Isso porque a Suíça já tem reservado esse valor no seu orçamento de defesa para o pagamento inicial ao programa sueco do Gripen NG. Em caso de vitória do “sim”, lembrando que o referendo se refere justamente à aprovação, pelos eleitores, do sistema de financiamento das aeronaves a partir do orçamento de defesa suíço, o passo imediato seria a assinatura do contrato com a Suécia. Em seguida, conforme estabelecido em acordo-quadro assinado entre os países, haveria o pagamento da primeira parcela do programa já neste ano. Embora o acordo inicial falasse em 300 milhões de francos, a SRTV suíça citou recentemente um valor de 340 milhões para essa primeira parcela.
Em suma, um “sim” na Suíça pode significar o aporte, no curto prazo, de cerca de 380 milhões de dólares ao programa de desenvolvimento do jato, podendo ajudar a acelerá-lo. E mais aportes suíços ao longo dos anos seguintes, até chegar aos mais de 3 bilhões de francos pela aquisição dos 22 jatos.
Um “não” significaria que, fora os investimentos provenientes da Suécia, no curto prazo apenas um pagamento inicial por parte do Brasil poderia se somar aos recursos do programa em algum momento do ano que vem (seja pelo tesouro como “downpayment” / entrada, ou pela liberação inicial para os suecos de recursos por um banco internacional, no caso de ser preferido um financiamento com prazo de carência pelos negociadores brasileiros). Isso caso as negociações com o Brasil sejam bem-sucedidas e um contrato assinado até o final deste ano.
Então fica a pergunta “de 340 milhões de francos suíços” para os leitores opinarem: o que seria melhor para os interesses do Brasil dentro do programa Gripen NG, nesse momento? Um “sim” ou um “não” no próximo referendo na Suíça?