‘ShinShin’ está atrasado, mas deve voar ainda este ano
Segundo o Grupo Jane’s, projeto ATD-X poderá dar origem a um caça de sexta geração japonês
O ministro da Defesa japonês Itsunori Onodera reafirmou os planos do país para um primeiro voo do caça Demonstrador de Tecnologia Avançada-X (ATD-X) em 2014: protótipo de um caça futuro que deverá substituir o Mitsubishi F-2 na Força Aérea do Japão (JASDF).
“Em fevereiro eu mesmo visitei a fábrica da Mitsubishi Heavy Industries (MHI) em Komaki Minami onde o ATD-X está sendo construído”, Onodera disse ao Comitê da Câmara Alta de Negócios Estrangeiros e de Defesa em 10 de abril. “Lá eu fui informado de que o primeiro voo deverá ocorrer este ano”.
O ATD-X, também conhecido como Shinshin (‘Coração de Deus’), está sendo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento Tecnológico (TRDI), com o principal contratante do projeto sendo a MHI. Ele foi projetado para ser um caça de superioridade aérea furtivo com maior capacidade de manobra. O Ministério japonês da Defesa (MoD) vai usá-lo para pesquisar tecnologias avançadas e integração do sistema, e depois disso planeja produzir um caça de “sexta geração” englobando conceitos i3 (informação, inteligência e instantâneo) e capacidades anti-furtivas.
“Originalmente a MHI planejava o roll-out do ATD-X em maio, logo após o feriado de Golden Week do Japão, seguido do primeiro voo teste”, informou um funcionário da TRDI para o grupo IHS Jane’s em 15 de abril. ” Agora está vários meses atrasado”.
Onodera também disse que o Ministério da Defesa vai decidir em FY18 a possibilidade de construir o seu futuro caça furtivo no país ou se parte para o desenvolvimento conjunto internacional, com base em parâmetros como realizações tecnológicas e rentabilidade.
Os planos do Japão para desenvolver um “F-3” a partir do ADT-X no entanto poderiam ter oposição dos Estados Unidos, que bloquearam tentativas anteriores de Tóquio em desenvolver um caça local.
O programa do avião de combate FSX da década de 1980 foi bloqueado por Washington, que pressionou Tóquio devido a preocupações de que o crescimento da indústria da aviação japonesa poderia afetar a dos Estados Unidos. A pressão levou ao co-desenvolvimento do F-2: uma plataforma baseada na Lockheed Martin F-16C.
Autoridades disseram que com o desenvolvimento de caças de quinta geração como o Chengdu J-20 e o Sukhoi PAK-FA T-50, da China e da Rússia respectivamente, o desenvolvimento do Japão de um caça furtivo japonês está se tornando vital para a defesa aérea nacional.
“Nós sabemos que os nossos 28 sites de radar são eficazes na detecção de caças de terceira e quarta geração a longa distância, mas com o surgimento de caças de quinta geração nós não sabemos como eles irão se comportar”, disse o tenente-brigadeiro Hideyuki Yoshioka, então diretor do Air Systems Development da TRDI, à IHS Jane’s em novembro de 2011.
O Ministério da Defesa alocou 2,7 bilhões de ienes (US $ 26,5 milhões) para pesquisa sobre sistemas de radar e sistemas de controle de fogo capazes de detectar, rastrear e responder a aeronave furtiva no ano fiscal de 2014.
FONTE: IHS Jane’s (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)
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