Brasil e Suécia assinam acordo estratégico na área de defesa
O ministro brasileiro da Defesa, Celso Amorim, quer que países vivam “uma história de amor”
Wellington Calasans, especial para o R7, em Estocolmo
O comunicado conjunto reafirma o interesse de ambos os países em promover um maior intercâmbio de conhecimentos e experiências em áreas como o desenvolvimento e aquisição de equipamento militar.
Celso amorim que comparou a assinatura dos acordos entre os dois países a um casamento, disse esperar que na prática o Brasil e Suécia vivam “uma história de amor”.
A ministra sueca considera a parceria entre os países como de grande importância para ambos, “pois transcende a compra de aviões e consolida uma parceria estratégica entre os dois países”.
Por sua vez, o ministro brasileiro destacou que “o Brasil tem uma história de paz, mas que obviamente é necessário que esteja atento às necessidades da defesa nacional e que a parceria com os suecos é um importante passo para isto”.
Com exclusividade para o R7, o Ministro Celso Amorim descreveu alguns pontos do acordo.
— É um momento inicial, baseado na decisão da presidenta Dilma Russeff de adquirir o Grippen NG como o novo caça multipropósito brasileiro, mas também baseado numa parceria estratégica assinada em 2009 pelo presidente Lula. Então, nós estamos dando continuidade às essas duas coisas, estamos trabalhando para que este primeiro grande projeto na parceria estratégica corresponda ao que foi inicialmente oferecido. Evidentemente a escolha do Gripen foi baseada na somatória de três critérios (desempenho, preço e transferência de tecnologia e todo o sentido da nossa ação agora, resumindo em poucas palavras, é transformar promessas em contrato.
A chegada dos aviões ainda é indefinida, mas Celso Amorim assegura que pode ocorrer a chegada de alguns caças.
— As conversas estão seguindo bem, entra a aeronáutica brasileira e a SAAB, em alguns casos também envolvendo a força aérea sueca, sobretudo na cessão de um certo número de aviões por um tempo intermediário, mas eu acho que isso era muito importante ser percebido num nível político e é isso que foi feito. Além disso assinamos um acordo amplo que vai possibilitar a cooperação em outras áreas que terão que ser examinadas ainda. Porque, como se costuma dizer, o diabo mora nos detalhes.
Provocado a revelar quais seriam as outras áreas, o ministro brasileiro falou sobre algo que tem sido muito debatido em todo o mundo, a defesa cibernética.
— Defesa cibernética pode ser uma, desde que a gente possa trabalhar com base em códigos fonte aberto. Na própria questão do Gripen nós temos que discutir também certos componentes, como eles serão usados. Enfim, há muita coisa para ser discutida, mas são detalhes, mas o sentido político geral foi estabelecido hoje. Não se trata de uma mera compra, mas de um passo importante dentro de uma parceria estratégica, concluiu Celso Amorim.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito Siqueira, que também compõe a comitiva brasileira, destacou a importância de outro acordo firmado entre o Brasil e a Suécia.
— [É um] outro acordo que trata e protege as informações classificadas ou sigilosas que ambos os países terão que fazer, seja neste acordo [de defesa] como em qualquer outro. Informações na área comercial, ciência e tecnologia, etc. Então este é um acordo muito importante e que reflete em todo o processo de desenvolvimento entre os dois países, disse o ministro Elito.
A comitiva brasileira se encontra com dirigentes do país nórdico e amanhã visita a fábrica da Saab, fabricante do Gripen NG. Em Estocolmo, além do encontro com a ministra sueca da Defesa, Karin Enström, a delegação tem encontros marcados com o primeiro-ministro do país, Fredrik Reinfeldt e a rainha Silvia da Suécia.
FONTE: R7