Desativação total do A-10 Thunderbolt II é proposta pelo Pentágono

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Frota inteira do jato de ataque deverá ser desativada, segundo os planos divulgados hoje para o orçamento de 2015. Economia de 3,5 bilhões de dólares seria direcionada para outros programas importantes

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, anunciou nesta segunda-feira uma forte redução das Forças Armadas do País. A redução deverá fazer com que tenham o menor contingente desde 1940, pouco antes dos EUA terem entrado na Segunda Guerra Mundial. A necessidade é adequar os gastos de Defesa à realidade dos cortes orçamentários do presente e à necessidade de manter os futuros orçamentos mais enxutos.

Entre várias medidas anunciadas, algumas são bastante lógicas, como concentrar os helicópteros Apache nas unidades da ativa do Exército, que repassariam seus Black Hawk para as de Guarda Nacional e de Reserva, que não precisariam operar um helicóptero de ataque com o poder de fogo do Apache.

Em diversas mídias, incluindo as brasileiras como “O Globo” (clique no link para acessar matéria), chamou a atenção uma decisão radical: eliminar toda uma classe de aeronaves da Força Aérea dos EUA. Tanto o jornal brasileiro quanto outros não deram detalhes, afirmando ser “toda uma classe de caças da Força Aérea.” Mas, segundo publicado no jornal New York Times, não serão caças, mas ainda assim será uma aeronave que poderá fazer muita falta: os jatos de ataque A-10 Thunderbolt II, citados num dos últimos parágrafos da reportagem em inglês.

A proposta de desativar toda a frota de A-10 está também em notícia publicada hoje no site do Departamento de Defesa dos EUA, assim como em discurso do secretário Hagel. Seguem alguns pequenos trechos traduzidos do discurso:

“Nós protegemos os programas-chave de modernização (da Força Aérea), incluindo o novo bombardeiro, o Joint Strike Fighter (F-35) e o novo avião de reabastecimento em voo. Também recomendamos investir 1 bilhão de dólares numa promissora nova tecnologia de motor a jato, da qual esperamos que produza consideráveis economias de custo com redução de consumo de combustível e menor necessidade de manutenção.”

“Para prover fundos a esses investimentos, a Força Aérea vai reduzir o número de esquadrões aerotáticos, incluindo a frota inteira de A-10. A aposentadoria da frota de A-10 economiza 3,5 bilhões de dólares por cinco anos e acelera o programa de modernização da Força Aérea, estabelecido há tempos, que pede a substituiçào do A10 pelo mais capaz F-35 no início da década de 2020.”

“Como vimos no Iraque e no Afeganistão, o advento de armas de precisão significa que mais tipos de aeronaves (além do A-10) podem agora prover apoio aéreo aproximado efetivo, desde bombardeiros B-1 a aeronaves remotamente pilotadas. E todas essas aeronaves podem executar mais de uma missão.”

“Economias significativas só são possíveis pela eliminação de toda a frota, devido ao custo fixo de manter o aparato de apoio associado à aeronave. Manter uma quantidade menor de A-10 apenas adiaria o inevitável, forçando também cortes em outros setores para compensar.”

E você, o que acha? A lacuna a ser deixada pela saída de cena  (provavelmente brusca) do A-10 será grave? É certo que o novo jato F-35 deverá substituí-lo, embora sem usar os mesmos perfis de missão e sim explorar sua capacidade furtiva e “stand off” (de manter-se fora do alcance das defesas, ao passo que o A-10 utiliza normalmente um perfil de apoio aproximado, incluindo o uso de seu poderoso canhão). Mas quando?

Planejamentos divulgados no ano passado davam conta de que o A-10 operaria até 2035 (veja primeiro link da lista abaixo), o que mostra a importância que se dá à aeronave, apesar de seu corte já ter sido aventado em diversas ocasiões pela própria USAF.

Deixe a sua opinião e aproveite para ver algumas das diversas matérias publicadas aqui sobre o A-10 Thunderbolt II.

COLABOROU: Ozawa

FOTOS: USAF

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