A USAF pretende substituir seus treinadores T-38 Talon com o programa T-X. Um dos concorrentes é a Boeing que se uniu a SAAB para propor uma versão de treinamento do Gripen. A Boeing cita que uma versão de treinamento do Gripen, sem radar, armas e sistemas defensivos, pode ter custos menores que o T-50 coreano.

Se vencer o programa T-X, o Gripen poderia ser escolhido para outras funções na USAF. Os cortes no orçamento podem levar a USAF a escolher uma aeronave de treinamento mais barata para ser usadas nos esquadrãos como caça acompanhante. Os pilotos voariam parte das horas em uma aeronave bem mais barata de operar que os atuais F-22, F-35 e F-15E.

Nos treinos de combate dissimilar, o Gripen de treinamento pode ser uma boa opção. Um caça pequeno e ágil é o adversário ideal e já estaria disponível nos esquadrões. As aeronaves bipostas costumam ser mais pesadas que as versões monopostas, mas sem radar e sistemas defensivos, o Gripen de treinamento poderia ser até mais leve.

O treinador também teria outra função nos treinamentos. Os pilotos de F-22 sempre sentiram a falta de uma aeronave convencional nos treinos de combate aéreo entre si. Um combate entre caças F-22 não é bem o que esperam em uma situação real e uma aeronave convencional faz falta. Os futuros esquadrões de F-35 terão o mesmo problema e concluíram que uma força de combate totalmente convencional não é desejável.

Os esquadrões de agressores são outra força que irá necessitar de uma aeronave convencional para substituir os atuais F-5E, F-16 e F-15 usados como agressores. O F-35 poderá fazer o papel de agressor furtivo, mas uma aeronave convencional será necessária para simular caças de segunda, terceira e quarta geração. O Gripen de treinamento poderia ser essa aeronave.

A Guarda Aérea Nacional americana seria outra força que se beneficiaria com uma versão com capacidade de combate do Gripen para substituir seus A-10 e F-16. O Gripen seria uma opção bem mais barata que os F-35. Futuros cortes no orçamento podem levar a compra de uma aeronave mais barata.

Os conflitos mais comuns que a USAF participa ou irá participar, como nas operações de contra-insurgência no Iraque, Afeganistão, Líbia e Mali, não exigem uma aeronave muito sofisticada como o F-22 e F-35. Até um Gripen NG pode ser considerado superdimensionado para a maioria das situações encontradas. Uma aeronave como o A-29 Super Tucano também seria interessante para a USAF.

A FAB planeja comprar uma frota bem grande de Gripen NG e poderia aproveitar a ideia com uma parte da frota sendo uma versão de treinamento bem mais simples como conversão operacional, LIFT, caça acompanhante e funções secundárias como reboque de alvos e reabastecimento tático com um sistema Buddy. A primeira vista parece um desperdício comprar uma aeronave relativamente cara apenas para treinamento, mas os caças são dimensionados para o combate real, apesar do dia a dia ser apenas treinamento.

Para se ter uma idéia dos custos, recentemente a Polônia comprou oito treinadores M-346 Master por US$ 374 milhões contra US$ 562 milhões do BAe Systems Hawk AJT e US$ 578 milhões do KAI T-50 Golden Eagle. O custo do Gripen de treinamento seria próximo do T-50, ou cerca de US$ 72 milhões por aeronave. Os Gripen NG comprados pela FAB custaram cerca de US$ 125 milhões cada um. A SAAB cita que o Gripen NG será mais barata que os Gripen C/D.

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