Os cortes no orçamento de defesa nos EUA forçaram o corte nas horas de voo dos pilotos de caça. Muitos estão voando 120 horas por ano, ou metade da década passada. Cada hora custa em média US$ 20 mil.

Em 2013, a França também mudou os métodos de treinamento para seus pilotos de caça. Ao invés de reduzir as horas de voo de todos os seus pilotos em 17%, baixando de 180 para 150 horas por ano, os franceses preferiam manter metade dos pilotos de caça voando 180 horas e a outra metade voando 40 horas em uma aeronave de combate e outras 140 horas em um jato de treinamento (bem mais barato que um Rafale). Em caso de conflito, os pilotos de segunda linha receberiam um treinamento intensivo de 60-90 dias, ou cerca de 100 horas.*

Os russos usavam um sistema de dois níveis na década de 1990. Apenas os esquadrões esperados para deslocamento para locais de combate recebiam mais horas de voo alguns meses antes. Outra opção é usar simuladores avançados que custam cerca de 10% por hora em relação a um caça.

Os países com fama de terem pilotos habilidosos, como Israel, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, sempre voam mais de 200 horas por ano. Taiwan mantém uma média de 180 horas por ano devido ao aumento das horas de voo dos pilotos Chineses. Alguns esquadrões de elite chineses já voam 180 horas por ano. A Coreia do Sul voa 120 horas por ano, mas consideram muito comparado com a ameaça da Coreia do Norte.

Até 1942, os pilotos alemães eram os que mais treinavam antes de ir para combate. Voavam 240 horas, comparadas às 200 horas dos pilotos britânicos e bem menos para os soviéticos. Após 1942, com a falta de combustível, o treinamento dos pilotos foi cortado e a vantagem dos alemães no ar logo se inverteu. Ao mesmo tempo, o treino dos britânicos aumentou para até 335 horas e os americanos chegaram a voar 320 horas. Em 1944, os alemães voavam 110 horas. As chances dos alemães derrubarem um inimigo caíram, mas as chances de serem derrubados aumentaram.

FOTOS: Força Aérea dos EUA  e Força Aérea Francesa

*NOTA DO EDITOR: esse novo sistema francês está em experiência, dentro de uma perspectiva mais ampla de mudança do processo de treinamento dos pilotos de caça desde a “Escola do Ar” francesa, havendo a possibilidade de se implementar aeronaves turboélice de última geração para complementar as horas de voo do grupo de pilotos destinado a voar menos horas no Rafale. Este processo foi objeto de matéria publicada recentemente no Poder Aéreo, que pode ser acessada clicando aqui.

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