Uso de turboélices poderá reduzir voos no Rafale de parte dos pilotos franceses

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Formação de primeiro piloto francês num turboélice PC-21 de última geração, na Suíça, serve para colher subsídios para futuro sistema de treinamento de pilotos de caça na França. O sistema permitirá reduzir horas de voo no Rafale de uma parcela dos pilotos operacionais, que voarão turboélices parte do tempo

Na semana passada, em 11 de dezembro, o capitão Vincent Burgart da Força Aérea Francesa formou-se como piloto do turboélice PC-21 na Força Aérea Suíça, num processo que durou dois anos. Bugart, que integra o esquadrão 1/7 “Provence” de Saint-Dizier (equipado com o Rafale), voou por 10 meses o treinador PC-7, passando depois ao PC-21. Este último possui um computador de missão que se adequa ao sistema de armas do avião de caça que será pilotado, podendo simular tanto o tiro ar-ar quanto o ar-solo, segundo o oficial francês.

Bugart é o primeiro piloto da Força Aérea Francesa a passar por esse tipo de instrução na suíça, que serve como teste para um novo sistema a ser implementado na França para formar seus pilotos de caça, totalmente diferente do atual (cuja fase primária é realizada em Grob 120/Cirrus SR20, passando depois aos Epsilon, também a pistão, e por fim aos jatos treinadores Alphajet, lembrando que há alguns anos o Embraer Tucano, que antecedia o Alphajet, foi desativado na França).

Com a experiência do capitão francês na Suíça, a Força Aérea Francesa busca obter os elementos de apreciação que servirão para definir esse futuro sistema, que reformulará tanto o treinamento dos pilotos de caça quanto a manutenção de pilotos operacionais em face da redução da aviação de combate por volta de 2016.

O chamado “projeto Cognac 2016” foi defendido como fundamental, no Senado Francês, pelo chefe do Estado-Maior da Força Aérea Francesa, general Denis Mercier. Pretende-se adquirir aviões de treinamento turboélice de última geração para diminuir significativamente os custos de funcionamento da Escola da Força Aérea Francesa (école de l’armée de l’air), reduzindo-se o número de fases de treinamento.

Além disso, o novo sistema permitirá implementar nos jovens pilotos um  treinamento diferenciado que garantirá sua aptidão para realizar missões mais exigentes, ao mesmo tempo em que se busca sustentar operações de longa duração, apesar da diminuição nos números, segundo o general.

Isso será feito por meio de uma diferenciação, que vai levar à existência de dois grupos de pilotos de caça. Um é o “núcleo” composto de 240 pilotos capazes de voar o caça Rafale em todos os tipos de missão. O outro grupo será composto de 50 pilotos, cuja atividade no Rafale será reduzida, compensando-se a redução por horas de voo em simulador e voos reais em treinadores turboélice de última geração. Os pilotos desse segundo grupo exercerão as funções de instrutores e, eventualmente, poderão se juntar aos pilotos do primeiro grupo para participar de certos tipos de missão.

FONTE / FOTOS: Força Aérea Francesa e Força Aérea Suíça (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês)

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