Saito sobre o Gripen: ‘O raio de ação é igual ao dos outros dois’

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Em entrevista ao Estadão, comandante da Aeronáutica também afirmou que a ‘Propriedade intelectual sobre aeronave foi determinante’

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, comemorou com o Alto Comando da Força Aérea a decisão da presidente Dilma Rousseff, anunciada anteontem, de comprar o caça sueco Gripen NG, depois de o processo se arrastar por quase duas décadas.

O senhor nunca perdeu a esperança, mesmo depois de tanto tempo e adiamentos?

Saito: As pessoas me questionavam muito. Eu era o único que não podia perder a esperança. Mas a medida que o tempo ia passando, a gente ficava sem saber o que dizer, embora a presidenta Dilma, desde o ano passado, tivesse avisado que este ano tomaria uma decisão. A expectativa era muito grande e agora estamos muito felizes. Será a primeira vez, depois de 40 anos, que vamos comprar um avião novo.

O Brasil vai ficar vulnerável neste período que não teremos caça em operação?

Saito: Não. O Brasil não vai ficar vulnerável de jeito nenhum. Vamos ter a Copa do Mundo de futebol e este e todos os eventos serão cobertos e protegidos, a contento, tanto com o F-5 quanto pelos Super tucanos, além dos aviões radares. E claro que o F-5 não é o avião ideal. Mas nós vamos fazer a defesa aérea do País com ele. E o avião que temos.

A Dassault critica a decisão dizendo que o avião dela é melhor. E há críticas de vários setores que o Gripen é monomotor e os demais bimotores.

Saito: Todo mundo diz que o seu é melhor. E ser monomotor tem vantagens e desvantagens. Dois motores são mais fáceis de serem detectados pelos radares. O F-16, americano, um dos melhores aviões do mundo, foi muito testado, vendeu mais de quatro mil unidades, e é monomotor.

O preço foi determinante?

Saito: O preço não foi determinante. Foi importante. Assim como a transferência de tecnologia foi importantíssima também. Uma coisa é você transferir tecnologia de um equipamento pronto, onde você recebe explicações sobre o que foi feito. Outra coisa é você desenvolver o avião e ter a propriedade intelectual dele.

O Brasil poderá vender o avião para outros países?

Saito: Na proposta ficou estabelecido que todo o mercado da América do Sul, África e outros países onde o Brasil tenha penetração as vendas serão nossas.

Há críticas de que o Gripen não tem capacidade para fazer a cobertura do País, porque ele foi projetado para voar em países pequenos, como a Suécia, e não tem autonomia para voar em país continental como o Brasil?

Saito: Isso é coisa de pessoa que não entende. O raio de ação do Gripen é igual ao dos outros dois. Ele vai cumprir a missão e vai voltar. E todos os aviões podem ser abastecidos em voo. A FAB tem um grande poder de mobilização e todos os nossos aviões têm múltiplo emprego.

FONTE: O Estado de São Paulo, via Notimp

NOTA DO EDITOR: o destaque original da entrevista publicada pelo jornal foi dado à frase que deslocamos para o novo subtítulo. A opção por destacar a frase sobre o raio de ação no título, neste clipping, foi do Poder Aéreo, levando em conta inúmeras discussões anteriores sobre o tema neste espaço. Pode-se fazer a comparação dos dados do infográfico acima, da Saab, com telas de uma apresentação do Super Hornet da Boeing para o Japão, clicando aqui. Também se pode comparar os dados com apresentação em pdf do Advanced Super Hornet (com ou sem tanques conformais), clicando aqui, apenas para citar o exemplo de outro concorrente do F-X2.

FOTO DO ALTO: Agência Brasil

INFOGRÁFICOS: Saab

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