F-X2 pode ser colocado em ‘banho maria’ por mais 3 anos, segundo fonte em Brasília
Alexandre Galante
De acordo com uma fonte em Brasília consultada pelo Poder Aéreo/Forças de Defesa, o Programa F-X2 de caças para a Força Aérea Brasileira poderá ser mesmo adiado por mais 3 anos. Enquanto isso, Boeing, Dassault e Saab, finalistas da concorrência, continuam atuando nos bastidores para conseguir vencer a disputa.
Com sua proposta abalada pelo escândalo da espionagem internacional promovida pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), a Boeing parece ter perdido a dianteira na concorrência para a Dassault, que voltou à carga com a visita do presidente francês Hollande.
Ao mesmo tempo, a Saab trabalha em silêncio e pode se tornar o cavalo azarão no final do processo. Mas todos os três concorrentes sabem que o F-X2 não é uma corrida de 100 metros rasos, e sim uma maratona. Só vai vencer quem persistir até o final.
Os russos, por sua vez, aguardam um possível cancelamento do F-X2 para entrar num eventual F-X3 após as Olimpíadas de 2016.
A FAB, maior interessada na conclusão do processo, provavelmente terá que acionar um plano B para não deixar o 1° Grupo de Defesa Aérea (1° GDA) sem aeronaves adequadas no médio prazo, já que, com uma eventual decisão só daqui a três anos, aos quais se somariam outros três para o recebimento da primeira aeronave, apenas por volta de 2020 o esquadrão seria reequipado. A frota de caças F-5M, mesmo com o reforço dos exemplares comprados na Jordânia e que passam por modernização, está se desgastando a cada dia e não será suficiente para suprir as necessidades da FAB, levando em conta que o F-5 possui limitações de velocidade e autonomia para cumprir a contento as missões de interceptação.
Com a desativação dos caças Mirage 2000 neste mês de dezembro, os pilotos do esquadrão deverão ser distribuídos por outras unidades de caça da FAB, como já foi divulgado pela Força Aérea. Há quem diga que o 1° Grupo de Defesa Aérea corre o risco de ser desativado, pois sua existência é considerada dispensável pelo poder político nacional.
Por outro lado, se o 1° GDA continuar a existir e uma decisão do F-X2 ficar só para 2016 ou além, o fantasma da aquisição dos estoques do AMARG nos EUA, de jatos F-16 “Desert Falcon” como “caças-tampão”, voltará a assustar muita gente.