Jornal Contexto, de Anápolis, defende decisão breve do F-X2 para não enfraquecer base aérea

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Abaixo, o artigo “Ainda, a Base” do colunista Vander Lúcio Barbosa, publicado na edição 441 do jornal – 25 a 31 de outubro de 2013

É, de fato, impensável acreditar que a Base Aérea de Anápolis poderia, agora, ou em um futuro próximo, ser desativada. É evidente que isso não passaria pela cabeça de ninguém, pois o patrimônio desta unidade da Força Aérea Brasileira é incalculável. São mais de quatro décadas de muito trabalho e dedicação São milhões e milhões de dólares; cruzeiros, cruzados e reais investidos para a sua operacionalidade e para a sua finalidade, no decorrer de todo esse tempo. Governo nenhum cometeria a desfaçatez, ou, a insensatez, de encerrar um projeto que só deu certo até hoje.

Mas, com certeza, é prudente, necessário e oportuno, o movimento que culminou com a publicação da Carta de Anápolis, assinada pelos representantes dos mais diversos setores da comunidade. É a reação de Anápolis contra um eventual enfraquecimento da estrutura de sua Base Aérea, uma das mais importantes da América do Sul. O Município, de fato, não pode abrir mão desta preciosidade que, desde os anos 70, o coloca na relação das poucas comunidades que têm projetos de tamanha envergadura tecnológica, logística e estratégica, em se falando de defesa da soberania de um povo.

Antecessores dos 12 caças F-2000 recebidos entre 2006 e 2008, caças Mirage III / F-103 da FAB, adquiridos a partir de 1972 e desativados em 2005, vistos estocados num canto da Base Aérea de Anápolis em 2010. Os seis remanescentes dos Mirage 2000 ainda em voo deverão ter o mesmo destino em breve.

 

Assim sendo, tem-se como certo que o Governo Federal entendeu o recado de Anápolis e vai dar uma resposta à altura das aspirações desse povo. É claro que um movimento como este não influenciaria, diretamente, nas decisões nacionais. Seria inocência acreditar nisso. Mas, tem-se a convicção de que o grito dado pelos signatários da Carta de Anápolis, representando todo o povo desta laboriosa comunidade, vai ser ouvido, se já não o foi, no Palácio do Planalto. E, o que todos os anapolinos esperam, com certeza, é que, ao invés de enfraquecimento, seja anunciado um projeto de solidificação e de ampliação da Base Aérea de Anápolis.

Seria, até, desnecessário enumerar os benefícios que esta unidade da FAB trouxe para Anápolis, para Goiás e para o Centro Oeste como um todo. A Base é um dos mais importantes clientes do comércio, da indústria e da prestação de serviços em toda a região. Não só pelo material de consumo, mas, principalmente, pelas famílias de militares que aqui residem, compram nas lojas, nos shoppings, estudam nas escolas e participam, ativamente, da vida socioeconômica e cultural de Goiás.

Além disso, a Base Aérea trouxe progresso e desenvolvimento tecnológico para Goiás, com centenas de técnicos em eletrônica, informática e outras áreas, promovendo o intercâmbio e aprofundando o relacionamento com a comunidade local, na transferência de conhecimento e logística. Pelas fileiras da Base Aérea de Anápolis passaram milhares e milhares de jovens que serviram à Pátria vestindo a farda azul que tanto enobrece e dignifica a categoria. Sem contar, ainda, o status que esta unidade concede a Anápolis, hoje conhecida mundialmente como a “Cidade dos Mirage”.

Desta forma, o povo de Anápolis espera, ansiosamente, por uma resposta elucidativa do Governo Federal. Que seja anunciada, logo, a decisão sobre que tipo de aeronave vai ser adquirido para substituir os Mirage que estão se aposentando. Uma coisa, entretanto, é certa. Venha que tipo de avião vier, mas, Anápolis, por muito tempo ainda, vai ser lembrada como o “ninho dos supersônicos Mirage” que marcaram duas gerações de muito progresso e muito desenvolvimento. Em resumo, a história da Base Aérea se funde com a História de Anápolis. No mais amplo sentido da palavra.

FONTE: Jornal Contexto

COLABOROU: Fábio

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