Viaturas na pista impediram pouso de emergência em Maricá, diz testemunha
Duas pessoas morreram no acidente, o piloto e um juiz federal
O avião partiu do Aeroporto de Jacarepaguá, zona oeste do Rio, e realizava um voo de instrução. Impedido de pousar, o piloto Aldemo Louzada de Sousa, de 46 anos, arremeteu a aeronave, que caiu a 1 km dali. Na queda, Adelmo e o juiz Carlos Alfredo Flores da Cunha, de 48, morreram.
A denúncia partiu de um piloto que não quis se identificar. Ele informou que é constante a presença das viaturas da guarda no pátio e na pista e disse que, se a pista estivesse livre, o acidente poderia ser evitado. Até a noite de terça-feira (23), os corpos das vítimas permaneciam no IML da região. Os destroços continuavam na lagoa.
Em nota, a Guarda Municipal disse não poderia se pronunciar por ordem da prefeitura da cidade. Por sua vez, a Prefeitura de Maricá informou que a corporação tem autorização e competência para transitar no aeroporto. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) está investigando a queda.
Avião que caiu começa a ser retirado da água em Maricá, no RJ
Partes soltas da fuselagem, como as asas, já foram retiradas
Começou a ser retirado da água nesta quarta-feira (23) o avião que caiu dois dias antes em Maricá, no litoral do Rio. Quatro mecânicos do AeroClub do Brasil, proprietário da aeronave, estão no local acompanhados de investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Eles já pegaram algumas partes soltas da fuselagem, como as asas do avião. Para retirar toda a aeronave, será preciso colocar boias para fazer o avião flutuar e depois rebocá-lo com um guincho. A previsão é que o trabalho possa ser concluído ainda nesta quarta.
Duas pessoas morreram após a queda do avião bimotor na Lagoa do Marine, em São José do Imbassaí, distrito de Maricá. Carlos Alfredo Flores da Cunha, de 48 anos, Juiz de Direito da 5ª Vara de Órfãos e Sucessões da Capital, e Adelmo Louzada de Souza, 26, não resistiram à queda.
Segundo a Secretaria de Aviação Civil (SAC) o plano de voo do bimotor tinha como destino inicial e final no aeródromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e não mencionava passagem por Maricá. A secretaria não soube informar se houve pedido de pouso de emergência, que não pode ser negado. Se um pedido de pouso de emergência tiver sido negado pela prefeitura, esta responderá criminalmente pelo ato.
TJ vai acompanhar investigações
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decidiu, por meio da Comissão de Segurança Institucional do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Coseg), acompanhar as investigações sobre o acidente. Na manhã desta quarta-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou nota à imprensa informando que o Aeroporto de Maricá está aberto para pousos e decolagens, apesar do decreto do prefeito da cidade, Washington Quaquá (PT), que proibiu as operações aéreas desde 11 de setembro, quando um instrutor de voo morreu e o aluno ficou ferido após um monomotor cair no Centro da cidade.
Pilotos e dono de escola de aviação denunciam carros na pista
Um dia depois do acidente, o dono de uma escola de aviação que atua na cidade, Luiz Sérgio Guimarães, e alguns pilotos revelaram que veículos da Guarda Municipal de Maricá ficam constantemente na pista do aeroporto, o que colocaria em risco manobras de pousos e decolagens. A Prefeitura, no entanto, negou a informação por meio de nota, dizendo que os veículos ficam em pontos afastados sem interferir nas manobras.
FONTES: R7 e G1 (também fotos)