A primeira aeronave do caça subsônico A-1 AMX modernizada foi entregue à Força Aérea Brasileira nesta terça-feira (03/09) em Gavião Peixoto, interior de São Paulo. A cerimônia contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, e do presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, além de oficiais-generais do Alto Comando da Aeronáutica e funcionários da empresa.

Para o comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), Brigadeiro do Ar Luiz Fernando Aguiar, responsável pela Aviação de Caça da FAB, a data é um marco importante na revitalização da composição do poder aéreo do país. “O A-1 não é um avião de defesa aérea. É um avião estratégico para ataques a longas distâncias. Nós estamos com os nossos F5 modernizados e agora iniciamos o mesmo processo com o A-1. Com a parada dos Mirages, essas duas máquinas farão diferença em termos de sustentabilidade da nossa aviação de combate”, explica o oficial-general. “Necessariamente, nós temos que continuar evoluindo porque a quantidade de aviões que estamos recebendo não é o suficiente para todas as nossas operações. A falta do Mirage terá que ser reposta. Esperamos, num futuro próximo”, complementa o Brigadeiro Aguiar.

Adaptação – A primeira unidade aérea a receber o novo avião, registrado com a matrícula FAB 5520M, está sediada na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O Esquadrão Adelphi (1º/16º GAV), que completa 25 anos de operação em 2012, começou a se preparar há seis meses para este momento. Pilotos e mecânicos participaram de cursos sobre a operação dos novos sistemas. De acordo com o comandante do esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Raul Carlos Câmara Borges, é a adaptação dos pilotos. Cada um deve cumprir pelo menos quatro missões. “Serão realizados voos para adaptação diurna, noturna, navegação por contato e por rádio”, detalha.

A chegada da aeronave modernizada não muda a missão da unidade aérea, treinada para ataques ar-solo. O que muda é a maneira de realizá-la. “Os displays têm uma disposição que facilitam a visualização das informações. Há uma integração maior, para que o piloto não precise retirar as mãos do manche ou da manete para selecionar alguma informação”, exemplifica.

Principais mudanças – Para o gerente do projeto de modernização do AMX, Coronel-Aviador Márcio Bonotto, da Comissão Coordenadora do Programa de Aeronave de Combate (COPAC), um importante benefício da modernização é o aumento na segurança para o piloto. “A modernização permitiu incorporar a suíte de guerra eletrônica, com o sistema de autodefesa integrado que permite o próprio avião detectar ameaças e disparar automaticamente os flares”, afirma o gerente.

A aeronave A-1 teve a estrutura revitalizada e recebeu novos equipamentos, entre eles o radar SCP-01. Desenvolvido especificamente para o avião, o radar permite aos pilotos encontrar alvos no solo em distâncias maiores e aumentar a precisão no lançamento de armamentos. O novo radar também amplia a capacidade de combate para o modo ar-mar, o que dá a possibilidade de voar missões contra alvos navais. “É mais um recurso para aumentar a precisão e a defesa da aeronave”, explica o gerente do projeto.

O armamento também teve modificações. O envelope de emprego do caça foi ampliado e novos artefatos inteligentes incorporados. Na versão modernizada do caça, a cabine e a iluminação externa foram adaptadas para serem compatíveis com o uso de óculos de visão noturna (NVG).

Próximas entregas – O primeiro avião foi recolhido em 2011 para ser modernizado. A previsão é de que o ciclo de modernização das próximas aeronaves reduza de dois anos e meio para cerca de um ano. Os próximos dois aviões modernizados devem ser entregues até o final deste ano ao Esquadrão Adelphi. As unidades sediadas em na Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, esquadrões Poker (1º/10º GAV) e Centauro (3º/10º GAV), também passarão pelo processo de modernização. Nesta semana, a 20ª aeronave será recolhida para os hangares da Embraer. O contrato entre a FAB e a Embraer prevê a revitalização e a modernização de 43 caças, sendo 33 nas versões mono e 10 biplace.



FONTE/FOTOS/VÍDEO: FAB (Cecomsaer / Agência Força Aérea)

NOTA DO EDITOR 1: atenção para a frase do brigadeiro Aguiar – “A falta do Mirage terá que ser reposta. Esperamos, num futuro próximo”

NOTA DO EDITOR 2: a terceira foto de cima para baixo mostra o F-5E FAB 4882  “jordaniano” nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto, mostrando que este é um dos modelos monopostos já entregues para modernização para transformá-lo em F-5EM. Para saber mais sobre esse outro programa em andamento (além da modernização do A-1), clique nos links a seguir.

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