Intervenção na Síria: sobrou para os franceses e americanos

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Decisão britânica não muda vontade francesa de agir na Síria, diz Hollande. Presidente francês defendeu ação punitiva ‘firme’ após ataque químico. Ele descartou intervenção antes dos inspetores da ONU deixarem o país

O presidente francês, François Hollande, disse que a decisão do Parlamento britânico contra uma ação militar na Síria não vai afetar a vontade da França de punir o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, por um aparente ataque com armas químicas contra civis, na semana passada.

Hollande disse em entrevista ao jornal Le Monde que ainda defende uma ação punitiva “firme” em resposta ao ataque químico, que ele disse ter causado dano “irreparável” ao povo sírio, e disse que vai trabalhar de perto com os aliados da França.

Perguntado se a França poderia tomar alguma atitude sem a Grã-Bretanha, Hollande respondeu: “Sim. Cada país é soberano sobre participar ou não em uma operação. Isso é válido para a Grã-Bretanha da mesma forma que para a França.”

O Parlamento britânico votou na quinta-feira (29) contra uma ação militar na Síria, impondo um revés aos esforços liderados pelos EUA por uma punição a Damasco pelo ataque da semana passada com gás venenoso.

O presidente descartou qualquer intervenção na Síria antes dos inspetores da ONU deixarem o país. No entanto, não excluiu uma ação antes da próxima quarta-feira (4), dia de uma reunião do Parlamento francês para debater a situação na Síria após a morte de centenas de pessoas em um suposto ataque químico perto de Damasco em 21 de agosto.

“Há um feixe de indícios que apontam para a responsabilidade do regime sírio na utilização de armas químicas”, disse. “Todas as opções estão sobre a mesa. A França quer uma ação proporcional e firme”, completou.

FONTE: G1

FOTOS: USN

NOTA DO EDITOR: o título original da matéria é a primeira frase do subtítulo, e remete a outras chamadas que estão circulando pela mídia internacional, como “France backs U.S. plan for military strike on Syria” e “US finds itself with only one Syria partner: France”. Em reportagem que informa que população síria está estocando alimentos em antecipação a ataques vindos do exterior, a Associated Press (via ABC) trouxe a opinião de analistas militares franceses de que a mais provável ação da França será pelo ar, incluindo o disparo de mísseis de cruzeiro Scalp, com alcance de cerca de 500 quilômetros, por caças como o Rafale, decolando diretamente da França como ocorreu no início da campanha do Mali e apoiados por aviões-tanque.

Porém, também se destaca que os franceses mantém seis caças Rafale estacionados em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (Golfo Pérsico), e sete jatos Mirage 2000 em Dijibouti (Mar Vermelho). Porém, para atacar a Síria, apesar de posicionados mais próximos do que os jatos baseados na França, os caças teriam que sobrevoar outras nações. Mas não custa lembrar que há notícias de que o porta-aviões Charles de Gaulle se dirige à costa da Síria, o que somaria outra possibilidade para uso do Rafale num primeiro ataque.

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