Saito espera que Dilma decida o F-X2 no ‘curto prazo’

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A equipe do Poder Aéreo assistiu à audiência pública conjunta realizada nesta terça-feira, 13 de agosto, pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e do Senado com o tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, comandante da Aeronáutica.

O principal tema da audiência foi o programa F-X2 da FAB, que visa a aquisição de novos aviões de caça, e cuja decisão é aguardada há anos. O comandante da Aeronáutica reafirmou que a decisão da escolha do caça vencedor do Programa F-X2 da FAB está com a Presidente Dilma. Saito disse que a presidente, nas últimas ocasiões em que conversaram, lhe afirmou que a decisão será tomada a “curto prazo”.

Segundo Saito, o relatório da COPAC foi concluído no final de 2009 e entregue ao Ministério da Defesa no início de 2010, e em seguida a decisão passou às mãos da Presidência da República.

O comandante Saito disse ainda que para o País o melhor avião será aquele que pudermos  “fazer juntos” e, perguntado sobre os custos e o financiamento dos caças, afirmou que até existe proposta onde só começaremos a pagar “após receber o último avião”. Devido ao alongamento dos prazos de pagamento, a FAB poderia absorver os custos da compra em seu orçamento. Ainda sobre as ofertas, o comandante da Aeronáutica disse que as empresas melhoraram muito suas ofertas, citando a Boeing, à qual se referia uma pergunta de um dos senadores.

Quando questionado pelo presidente da mesa (senador Ricardo Ferraço, PMDB-ES) sobre a transferência de tecnologia, em nossa opinião o comandante Saito se saiu bem e de forma precisa,dizendo que os códigos-fonte são muito bem-vindos. Porém, ele ressaltou que é algo que define muitas das capacidades de uma aeronave, e que mesmo com ele em mãos, nem sempre é possível alterá-lo de forma rápida e eficaz em toda a sua extensão, pois isso poderia até mesmo alterar a segurança de voo do avião. Ele citou o exemplo da Embraer, que domina os códigos-fonte de suas aeronaves, mas não necessariamente os repassa porque isso influi também na segurança de voo – mas a empresa realiza as mudanças conforme as solicitações da Aeronáutica, como no exemplo do F-5M, que é um caça no qual a Embraer tem capacidade para mexer à vontade.

Saito também acrescentou que os três concorrentes oferecem transferência de tecnologia de forma parecida, porém nada garante que os fabricantes cumprirão essa oferta. Conseguir tirar “tudo o que for possível” do fabricante que for escolhido é tarefa para uma equipe da FAB que tem mais de 30 anos de experiência em negociação de contratos, segundo Saito.

O comandante da Aeronáutica disse ainda que o contrato demorará de 8 meses a 12 meses para ser assinado após a escolha e que começaremos a receber os caças dentro de 4 a 6 anos, dentro desse contexto relacionado a aeronaves com parte do desenvolvimento realizado no País e com transferência de tecnologia.

Saito também foi questionado pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) se a modernização dos caças da FAB estaria parada para que isso não prejudicasse (postergando uma decisão) a compra de novos. O brigadeiro reiterou que os programas de modernização prosseguem e que, quanto ao lote de 11 jatos F-5 adquiridos na Jordânia, o primeiro exemplar modernizado deverá ser entregue ainda neste ano, juntando-se aos 46 já modernizados anteriormente.

O comandante da Aeronáutica disse também que o primeiro AMX (A-1M) modernizado será recebido em setembro, embora o pagamento esteja programado para mais tarde: “Vamos receber, mas isso não quer dizer que já iremos pagar”.

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