Integração entre os sistemas de radar e de contramedidas é outra novidade do protótipo do Gripen E, atualmente em construção nas instalações da Saab em Linköping, na Suécia

Reportagem do jornal sueco  NyTekni publicada no mês passado trouxe uma entrevista com o chefe da área de produção da Saab, Ulf Nilsson. Resumimos abaixo algumas das principais informações divulgadas por Nilsson em relação ao protótipo do Gripen E, que recebeu a numeração de fábrica 39-8.

A aeronave teve sua produção iniciada recentemente e, juntamente com outros dois protótipos a serem construídos (39-9 e 39-10), prosseguirá a campanha de testes que hoje conta com apenas um jato, o 39-7 (anteriormente designado demonstrador, por ser utilizado para demonstrar a viabilidade da nova geração do Gripen, e agora servindo como avião de testes).

Segundo Nilsson, o jato 39-8 está sendo produzido nas principais instalações da Saab em Linköping, na Suécia, com uma célula totalmente nova de alumínio e materiais compostos. Para equipar a célula, serão reutilizados vários sistemas do Gripen C, destacando-se o sistema hidráulico, parte do sistema de combustível e o assento ejetável.

O comprometimento com o programa e com o Governo Sueco é tal que, segundo Nilsson, a montagem da nova fuselagem foi iniciada no tradicional mês de férias da indústria sueca, julho. Mesmo em plenas férias da indústria, todas as partes necessárias já chegaram.

A principal diferença do jato 39-8 para o atual 39-7 utilizado por alguns anos como demonstrador, e que é uma conversão de um biposto Gripen D (por sua vez convertido a partir de um Gripen B), no que se refere ao programa, é que o 39-7 foi empregado para demonstrar tecnologias e práticas. Agora, a tecnologia está sendo implementada com a utilização integral de nova metodologia. O Gripen E (designação do modelo monoposto) deverá incluir novo radar e motor, e sua célula será mais longa e mais pesada. Nilsson afirmou que a fuselagem é mais comprida devido a questões de equilíbrio. A aeronave deverá ser equipada com o novo motor e o novo radar.

Outra novidade é que o sistema de contramedidas e o sistema de radar foram integrados para trabalharem juntos, no que se chama MFS, ou “Multifunction System” (sistema multifunção). Na prática, isso dá “olhos na retaguarda” para o piloto quando ele precisa se defender de um ataque. Nilsson afirmou que se trata de um grande passo tecnológico.

O jato 39-8 será propriedade do Governo Sueco. Perguntado sobre o comprometimento da Suécia com o programa, em caso da venda de 22 jatos Gripen E para a Suíça não se concretizar, Nilsson respondeu que nada mudaria, afirmando que há um compromisso junto ao Governo Sueco para completar o trabalho.

FONTE: NyTeknik (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em sueco)

FOTOS: Departamento de Defesa da Suíça, Saab, NyTeknik e Poder Aéreo

NOTA DO EDITOR: quanto ao parâmetro de comparação para a fuselagem mais longa, isso não está muito claro no texto original, que a compara simplesmente à do “NG”, o que dá margem a mais de uma interpretação (vale lembrar que o texto original está escrito em sueco, o que também traz dificuldades para nossa tradução para o português).

Isso porque “NG” é tanto a forma promocional de designar a nova geração do Gripen (operacionalmente E/F) quanto a maneira pela qual costuma-se chamar o atual jato 39-7,  convertido a partir  de um Gripen D (biposto) e chamado, durante anos, de demonstrador do Gripen NG. Este, por ser biposto, já tem uma fuselagem mais longa que a do atual monoposto operacional, o C. Como o acordo de desenvolvimento do novo caça está focado no modelo monoposto, a ser designado Gripen E, pode-se supor que o citado comprimento maior toma, como comparação, o atual monoposto Gripen C, e não o biposto.

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