Segundo jornal americano LA Times, há uma carência de 200 pilotos de caça, que poderá aumentar para 700 em 2021 – Pentágono está melhorando o pacote de salários para tornar a profissão mais atraente

Reportagem do jornal Los Angeles Times publicada na segunda-feira, 22 de julho, afirma que há uma carência de 200 pilotos de caça na Força Aérea dos EUA (USAF), e que medidas para melhorar os salários pretendem atacar o problema, evitando que em 2021 essa lacuna chegue a 700 pilotos. A reportagem começa como um anúncio de empregos:

“Precisa-se: pelo menos 130 aviadores militares veteranos para um compromisso de nove anos pilotando caças a jato. O salário vai de 34.500 a 97.400 dólares, além de bons benefícios e um bônus de 225.000 dólares. Contatar a Força Aérea dos EUA até 30 de setembro.” (nota do editor: é necessário atentar ao detalhe de que salários nos EUA, geralmente, referem-se ao ganho anual e não mensal)

Segundo a reportagem, pode ser difícil imaginar que esse emprego tenha perdido seu apelo, mas o fato é que a USAF revelou que tem 200 pilotos de caça a menos do que deveria, neste ano. Essa carência, dentro de um universo de 3.000 pilotos de caça da USAF, poderia subir para 700 em 2021, caso nada seja feito. Isso se dá num contexto em que já se gasta bilhões de dólares no mais caro programa de defesa do mundo, o caça F-35 (programa que deverá custar cerca de 400 bilhões de dólares no total), enquanto o contribuinte também investe 6 milhões de dólares para treinar cada piloto de caça.

Entre os fatores que levam ao êxodo de pilotos de caça, está a demanda para pilotos comerciais com salários maiores, o estresse ligado aos desdobramentos fora da base e transferências para pilotar drones (aviões não tripulados) de combate. No início, pilotos de caça eram transferidos para esquadrões de drones, mas atualmente já se treina pilotos especificamente para os aviões não tripulados, para amenizar a lacuna de pilotos de caça.

Para conter o êxodo, foi revivido um pacote de incentivo do tipo “Aviator Retention Program”, lançado inicialmente em 1989. Entre as novidades, está um bônus de 25.000 dólares anuais por nove anos (cerca de duas vezes mais tempo que o contrato usual).

Atualmente apenas 65% dos pilotos vêm decidindo estender seu tempo de serviço além do 11º ano, quando escolhem se querem ficar para mais cinco anos. Em 1993, esse índice era de 80%. Normalmente, um piloto ganha cerca de 90.000 dólares à época em que chega ao 11º ano. Porém, a média de salário anual de pilotos comerciais é de 103.210 dólares, e as companhias estão caçando os jovens pilotos devido a um crescimento nas aposentadorias, tendo mais dinheiro para contratar pilotos do que o governo.

As companhias de aviação também oferecem o apelo extra de estabilidade e menos dificuldades para manter a família, sem tantas mudanças de endereço. A vida de um piloto de caça, apesar de desafiadora, é também fatigante, tanto para o piloto quanto para a família. Além disso, o aumento das exigências de experiência para pilotos comerciais torna difícil encontrar pilotos civis formados com horas suficientes, e os pilotos militares já têm essas horas de voo necessárias.

O problema da USAF não tem sido apenas a saída de pilotos, mas encontrar e treinar novos pilotos. A carência de veteranos tem resultado numa falta de instrutores.  Como boa notícia, o jornal afirma que alguns pilotos de caça já aceitaram assinar o novo contrato com bônus e serviço de 9 anos na USAF.

FONTE: LA Times (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOS: USAF

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