A Câmara dos Deputados prepara um “voo do papa” para levar parlamentares à recepção oficial ao papa Francisco no dia 22 de julho na visita que ele fará ao Rio de Janeiro por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, evento da Igreja Católica que deve receber mais de 2 milhões de pessoas. A previsão é de que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) saia de Brasília no dia do evento.

Pelo menos 20 deputados já pediram ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para entrar na comitiva que vai recepcionar o pontífice. Os líderes partidários, por sua vez, já foram convidados por Alves e aguardam ainda mais informações para saber se será possível a carona em um avião da FAB para todos.

Um modelo de maior capacidade deverá ser requisitado, uma vez que a aeronave usada de forma mais constante pelos dirigentes do Legislativo dispõe de 14 poltronas. A viagem terá caráter oficial. O convite aos parlamentares foi feito pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, que organiza a Jornada Mundial da Juventude.

“Católico praticante”. Um dos deputados que está confirmado na comitiva é André Moura (SE), líder do Partido Social Cristão (PSC), que se define como católico praticante. Ele diz ter recebido o convite da presidência da Casa e espera que o papa Francisco, que é argentino e já organizou passeatas contra o casamento gay, trate de temas polêmicos nos quais o seu partido participa ativamente do debate, como a condenação ao aborto e à concessão de direitos a homossexuais.

“A jornada acontece em um momento da Igreja e da sociedade brasileira e mundial em que se está discutindo aborto e outras questões tramitando na Câmara, sobre sexualidade, por exemplo. Acho que o papa Francisco vai ter papel fundamental para marcar a posição da Igreja em vários temas e, principalmente, nesses que vai se debater cada vez mais”, diz Moura.

A composição da comitiva ainda não foi fechada pela presidência da Câmara, nem a aeronave foi solicitada oficialmente à FAB.

Além dos parlamentares, a presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital, Eduardo Paes, farão a recepção ao pontífice no dia de sua chegada ao Brasil. Segundo a agenda oficial, uma cerimônia de boas-vindas ao pontífice acontecerá no Palácio da Guanabara, sede do governo fluminense. Neste local, o papa Francisco fará seu primeiro discurso no Brasil. Esta será a primeira viagem internacional do papa desde sua ascensão ao cargo, em março deste ano.

A viagem para a recepção ao papa será a primeira de Alves ao Rio desde afinal da Copa das Confederações, em 30 de junho. Naquela ocasião quem se beneficiou da carona foram amigos e familiares do presidente da Câmara. Alves levou a noiva, Laurita Arruda, o irmão dela, Arturo, e sua esposa, Larissa, além de um filho e dois enteados.

O presidente justificou o uso do avião da FAB por ter um almoço na casa de Paes, mas acabou devolvendo R$ 9,7 mil aos cofres públicos que seriam os valores equivalentes a voos de carreira de ida e volta para os parentes no trajeto entre Natal e Rio.

Primo do presidente da Câmara, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, também usou avião da FAB para assistir à final da Copa das Confederações no Rio. Ele também anunciou a devolução de dinheiro. Os episódios levaram o governo federal a rever os critérios para uso de aviões da FAB. Um novo decreto está sendo preparado pela Controladoria-Geral da União (CGU).

FONTE: Estadão, via Notimp

NOTA DO EDITOR: como será necessário o uso de aeronave com maior capacidade do que modelos de “14 poltronas” usados normalmente pelo legislativo, exemplares de C-99 (foto do meio) configurados com mais assentos poderiam ser usados. Se a coisa apertar, uma das aeronaves presidenciais VC-2 (foto do alto) poderia ajudar. Mas se a comitiva crescer a ponto de lotar até essas aeronaves, um C-130 da foto de baixo poderia acomodar mais de 90 passageiros, embora o tipo de assento possa não ser do gosto dos parlamentares. Para mais do que isso, só com vários aviões, pois há notícias de que os remanecentes da frota de KC-137, tipo jocosamente chamado pela imprensa de “Sucatão” estão impedidos de voar.

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