No pedido do avião da FAB que solicitou para ir de Maceió à Bahia, onde participaria de festa de casamento ao lado da mulher, no dia 15, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) listou um motivo que não existe no decreto que regulamenta o uso de aeronaves oficiais.

A Folha apurou que Calheiros especificou como “missão institucional” o motivo da viagem a Trancoso no ofício encaminhado à Aeronáutica. No formulário padrão, sugerido pela Aeronáutica, o solicitante precisa dizer se o motivo da viagem é “segurança ou emergência médica”, “serviço” ou “deslocamento para o local de domicílio”.

Segundo decreto que regulamenta o uso dos aviões por autoridades, as solicitações precisam atender a um desses três itens, que estão em ordem de prioridade.

Calheiros, contudo, não usa o modelo sugerido pela FAB para solicitar voos, no qual os três itens estão expressamente listados e precisam ser selecionados.

A assessoria do senador não respondeu aos questionamentos da reportagem. Também flagrado usando avião da FAB para viajar com a noiva e amigos, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) segue o padrão da FAB.

Ele marcou o item “serviço” ao pedir um avião para 14 pessoas com destino ao Rio, mesmo tendo ficado longe dos camarotes oficiais durante a final da Copa das Confederações, no último fim de semana, segundo a assessoria do deputado.

Renan e Alves devolveram aos cofres públicos o dinheiro das viagens, reveladas pela Folha. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, que usou jato da FAB para ir ao Rio, onde assistiu à final da Copa das Confederações, também ressarcirá a União.

FONTE: Folha de São Paulo

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