Grupo da FAU-USP vence concurso da Airbus com novo sistema para bagagens
O evento, bianual e que conta com o apoio da Unesco, teve sua terceira edição esse ano, e nela mais de seis mil estudantes, das mais diversas nacionalidades, se inscreveram em equipes para a primeira etapa. Em meio a todos esses universitários, e a todas as suas ideias para o setor aeroviário, estavam cinco estudantes brasileiros do curso de Design da FAU, cuja equipe, denominada Levar, teve sucesso em todos os estágios da competição.
O projeto
O principal requisito para que os projetos fossem aceitos no concurso era o de que os mesmos se enquadrassem em uma das seis temáticas escolhidas pelos organizadores. Elas eram: Energia; Eficiência; Crescimento Sustentável; Crescimento do Tráfego; Experiência dos Passageiros; e Políticas para a Comunidade. De acordo com a Airbus, esses seis temas são considerados os principais desafios do século XXI para um setor de aviação eficiente e mais sustentável.
“Uma das maiores reclamações dos passageiros é justamente o tempo que demora para que eles recebam as malas de volta quando chegam de viagem”, comenta o líder do grupo, Marcos Philipson, de modo que o mecanismo criado pelo grupo aceleraria tal processo.
“[A proposta do grupo] está perfeitamente encaixada com uma série de problemas que hoje nós vivemos nos aeroportos, com extravio e danificações de bagagens, e, principalmente, com a questão das leis e normas que foram estabelecidas ano passado, que determinaram tempos mínimo e máximo para que as empresas aéreas embarquem e desembarquem uma bagagem”, comenta Robinson Salata, professor da FAU e tutor da equipe Levar.
Um dado interessante sobre a superfície de baixo atrito do protótipo, que permite que as bagagens deslizem, diminuindo assim o esforço braçal dos trabalhadores que realizam a carga e a descarga das bagagens, é que tal princípio foi inspirado nas mesas de hóquei. “Essa inspiração nas mesas de hóquei surgiu pela necessidade da diminuição do atrito das malas com a superfície, para que elas conseguissem escorregar e, assim, a força que o operador teria que fazer para empurrar as malas seria menor. No entanto, ela não é o cerne do produto, é apenas um dos princípios presentes”, ressalta Marcos. E apresenta os benefícios que o projeto pode gerar para “os três personagens envolvidos no processo”: o passageiro, que receberá a sua bagagem com menos danos e mais rapidamente; a companhia aérea, que será reconhecida como mais socialmente responsável e receberá menos reclamações relacionadas a bagagens; e o trabalhador, que terá sua tarefa facilitada.
“Foi aí que eles [os alunos da equipe] começaram a desenvolver essa ideia de um sistema mais automatizado, que envolvesse um contato menor possível do ser humano com o embarque de bagagens. Eles também fizeram todo um trabalho de investigação de pesquisa. Conversaram com pessoas que trabalham realizando essa atividade. Entrevistaram pessoas ligadas ao setor aeronáutico. Enfim, foram reconhecendo de maneira mais aprofundada esse campo de trabalho. Até que surgiu o concurso da Airbus e eu topei atuar como tutor, pois evidentemente era um trabalho muito bacana e que tinha tudo para dar certo”, conta Salata.
O concurso
A elaboração do concurso foi desenvolvida em três etapas. A primeira fase envolvia a entrega das propostas. Em seguida, cem equipes foram selecionadas e produziram, além de um documento detalhado da proposta, um vídeo de curta duração. Dessas equipes, cinco foram escolhidas para o último estágio. São elas: equipe CLiMA, do Royal Melbourne Institute of Technology, Austrália; equipe AVAS, da SRM University, Índia; equipe Flybrid, do Politécnico de Milão, Itália; equipe Embarker, da Universiti Putra Malaysia, Malásia; e, por fim, a equipe Levar, da USP.
A final do concurso aconteceu na sede de Toulouse (França) da Airbus, e consistiu em uma apresentação da proposta de cada equipe para um júri da Airbus e especialistas do setor. Com a vitória, a equipe brasileira, além de ter ganhado um prêmio de 30 mil euros, entregue na sede da Unesco em Paris, poderá sediar uma “semana de inovação” em seu campus, promovida por especialistas da Airbus. Já a vice-campeã receberá 15 mil euros.
A divulgação dos vencedores aconteceu em uma cerimônia exclusiva na sede da Unesco neste dia 14 de junho, também em Paris. Mais informações: (11) 2165-1655, email tcavalcante@jeffreygroup.com, site http://www.airbus-fyi.com
FONTE: Universidade de São Paulo (USP)
Colaborou: Phacsantos