Negado o protesto da Beechcraft ao contrato do Super Tucano nos EUA

6

Embraer e Sierra Nevada pronunciaram-se sobre a decisão do GAO – General Accountability Office – que validou hoje a seleção feita pela USAF

Em pronunciamento conjunto, a Embraer e a Sierra Nevada informaram nesta quinta-feira, 13 de junho, que o GAO (General Accountability Office – organização de controle contábil dos Estados Unidos), negou o protesto da Beechcraft Corporation referente ao contrato concedido pela Força Aérea dos EUA (USAF) à Sierra Nevada Corporation (SNC) e sua parceira Embraer Defensa & Segurança, no programa LAS (Light Air Support – apoio aéreo leve).

O programa LAS é considerado essencial para que a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão se dê no cronograma e de forma bem-sucedida, segundo o pronunciamento das empresas. Pelo contrato concedido em 27 de fevereiro de 2013, a SNC está fornecendo 20 aeronaves Embraer A-29 Super Tucano que serão construídas em Jacksonville, na Flórida, assim como equipamento de treinamento em solo, treinamento de pilotos e de manutenção, além de apoio logístico. A entrega do primeiro avião está programada para meados de 2014, permitindo o treinamento necessário antes da retirada dos EUA do Afeganistão.

Segundo Taco Gilbert, vice-presidente de Soluções Táticas Integradas da área de negócios de inteligência, vigilância e reconhecimento da SNC, “a decisão de hoje é uma vitória para os combatentes americanos e nossos aliados no Afeganistão, que necessitam urgentemente dessa capacidade de ataque leve para cumprir nossa missão lá. Também é uma vitória para os trabalhadores americanos que estão produzindo esse avião.”

Mais de 100 empresas dos Estados Unidos em mais de 20 estados, incluindo Elbit Systems, Honeywell International, FLIR Systems, Inc., GE Aviation, L-3 Communications, BAE Systems, Hartzell, PPG Aerospace, Rockwell Collins e Lord Corporation são parte da cadeia de fornecedores que já está trabalhando para construir o A-29 Super Tucano. No total, o contrato apoia mais de 1.400 empregos nos Estados Unidos.

Gilbert completou: “Além disso, essa operação de produção americana continuará a produzir o avião A-29 para outras nações, como parte dos eforços da “Building Partnership Capacity” (construindo capacidade de parcerias) dos EUA, apoiando o emprego contínuo de trabalhadores americanos altamente talentosos.”

FONTE / FOTOS: Built for the Mission (site de divulgação do A-29 nos EUA)

Tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês.

NOTA DO EDITOR: o jornal “The Hill trouxe trecho da decisão: “O GAO negou o protesto da Beechcraft após constatar que a Força Aérea concluiu sensatamente que a abordagem proposta pela Beechcraft apresentava um alto risco de que sua aeronave não atingiria um requerimento da solicitação dentro do período de tempo requisitado.”

O jornal também trouxe a opinião da Beechcraft a esse respeito em um pronunciamento, indicando que os requerimentos do contrato foram escritos para favorecer o avião da Embraer: “Durante este protesto, percebemos que a revisão do GAO apenas analisou se a Força Aérea seguiu seu processo, mas não se o processo em si era correto ou apropriado. É o momento agora do Congresso entrar em ação e colocar um fim nesse processo de aquisição falho, limitando a compra do avião brasileiro apenas ao requerimento afegão coberto pelo primeiro pedido de entrega do programa LAS”. Clique aqui para acessar a resposta da Beechcraft, em inglês.

Em suma: a Beechcraft está, pelo jeito, “jogando a toalha” em relação aos 20 aviões já encomendados, enquanto aposta na possibilidade de impedir novas encomendas, ganhando tempo para tentar garanti-las para o seu avião AT-6. Contudo, o apelo ao Congresso dos EUA para “melar” novas compras é algo um tanto difuso, uma convocação para uma batalha ainda a ser lutada – ou mesmo uma forma de se comunicar positivamente com seus apoiadores no legislativo. O fato é que acaba se mostrando, principalmente, um reconhecimento de que o primeiro combate foi irremediavelmente perdido.

VEJA TAMBÉM:

Publicidade

wpDiscuz