CCT da Câmara aprova o “regime especial” do setor aeroespacial
O objetivo do projeto, conforme prevê sua justificativa, é incentivar a produção no setor aeroespacial, por meio de desonerações tributárias e pela criação de linhas especiais de financiamento junto às entidades de fomento como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O PADIE pretende também estimular a indústria nacional, com a definição de critérios para privilegiar os bens e serviços produzidos no País. O texto foi elaborado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, onde foi relatado pelo deputado Rodrigo Rollemberg (PSB/DF).
O relator da matéria na CCTI, deputado Sibá Machado (PT/AC), teve o cuidado de adaptar o texto para evitar questionamentos da Organização Mundial do Comércio (OMC) como os que aconteceram em outras áreas, inclusive telecomunicações. A palavra “incentivo”, por exemplo, que originalmente se referia à indústria nacional, no texto aprovado se refere à “inovação e à pesquisa científica e tecnológica”. O relatório completo do deputado Sibá Machado pode ser acessado aqui.
Poderá se beneficiar do PADIE as empresas que atuem no País nas áreas de infraestrutura de solo destinada a atividades espaciais, entre as quais concepção e desenvolvimento de projetos; industrialização, manutenção e integração de componentes etc. Também serão beneficiadas as empresas que atuam na industrialização, concepção, integração, montagem e testes de veículos lançadores. Outra área beneficiada é a de satélites, plataformas multimissão, e carga útil.
Para fazer jus aos benefícios do programa, a empresa que atua nestas áreas deverá requerer um credenciamento junto à Agência Espacial Brasileira (AEB) – os procedimentos e prazos para apreciação das propostas de credenciamento serão estabelecidos em regulamento pelo Poder Executivo. O prazo para apresentação da proposta de credenciamento é de quatro anos.
Benefícios
A beneficiária do PADIE terá isenção de IPI, da PIS/PASEP e Cofins na venda ao mercado interno ou na exportação. O programa também desonera desses mesmos impostos a compra no mercado interno ou externo de qualquer insumo, até mesmo softwares, utilizado pela empresa beneficiária do programa no desenvolvimento de suas atividades.
Compras públicas
O PADIE estabelece que na aquisição de bens de capital relativos à atividade espacial pela administração pública direta ou indireta será dada preferência para bens produzidos e desenvolvidos no País por técnicos residentes no Brasil. Essa preferência também será concedida para o financiamento por entidades oficiais de crédito. Os órgãos da administração pública direta ou indireta também podem adquirir produtos e serviço das empresas beneficiárias do PADIS com isenção da PIS/PASP e da Cofins.
Financiamento e Capacitação
Os órgãos de financiamento poderão criar linhas de financiamento em condições mais favoráveis para a produção de bens e prestação de serviços relativos às atividades espaciais e, também, para pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área espacial, priorizando projetos que deem preferência na compra de serviços, componentes e equipamentos nacionais.
Em relação à capacitação, o texto do projeto não avança na definição de políticas mais objetivas. Apenas determina que o poder público definirá estratégia para a ampliação da formação de recursos humanos na área espacial; o poder público também deve trabalhar para expandir o número de bolsas de estudo de mestrado e doutorado na área.
FONTE: Teletime
COLABOROU: Henrique CO