Drones são a opção militar que mata menos inocentes, diz Obama

30

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse hoje que o uso de drones (aviões não tripulados) por parte dos EUA no exterior é eficaz e legal. Segundo ele, o uso é “bastante restrito”. “Os EUA não atacam quando há alguma chance de capturar terroristas. Nossa preferência é sempre por deter, interrogar e processar”, disse.

“Mas, às vezes, essa abordagem é limitada. A Al Qaeda e seus afiliados tentam ganhar espaço em alguns dos mais distantes lugares da Terra. […] Fazer nada não é opção”, disse, em discurso na Universidade de Defesa Nacional, em Washington. “Estamos escolhendo a alternativa menos provável de causar mortes de civis.”

“Sob a lei nacional e sob a lei internacional, os EUA estão em guerra com a Al Qaeda, o Taleban e seus aliados. Estamos em guerra contra uma organização que, no momento, mataria quantos americanos pudesse, se não a impedíssemos. Então, é uma guerra justa – uma guerra proporcional, de último recurso, em defesa própria”.

De acordo com o presidente, foi no seu governo que todos os ataques de drones realizados fora do Iraque e do Afeganistão passaram a requerer a autorização das comissões cabíveis, no Congresso.

Em sua fala, Obama reiterou que tinha autorização do Congresso para levar a cabo a operação que, com o uso de drones, matou um cidadão americano, Anwar Awlaki. “Ele estava continuamente tentando matar pessoas”, disse o presidente, antes de acusá-lo de ter planejado o ataque frustrado a um avião, no Natal de 2010. “Quando um americano deixa o país para combatê-lo […], a cidadania não pode mais servir de escudo”, disse.

O caso de Awlaki foi um dos quatro que culminaram na morte de cidadãos americanos que foram revelados à mídia do país, ontem.

Conforme Obama, a luta dos EUA contra o terrorismo passa também pelo apoio a transições à democracia em países como o Egito, a Tunísia e a Líbia, além da paz no Oriente Médio. “Com o que gastamos em um mês no Iraque, no auge da guerra, poderíamos treinar forças na Líbia, manter a paz entre Israel e vizinhos, alimentar os famintos no Iêmen, construir escolas no Paquistão”, citou.

Guantánamo

No que diz respeito ao centro de detenção da base militar americana de Guantánamo (Cuba), Obama voltou a se comprometer em fechá-lo e, uma vez mais, culpou o embate partidário pela paralisia. “Não há explicação, além da política, que nos impeça de fechar um centro de detenção que nunca deveria ter sido aberto”, disse.

Obama pediu ao Congresso que acabe com restrições para transferir os prisioneiros para território americano; afirmou que o Departamento da Defesa irá apontar um local para a realização de comissões militares; e que um novo enviado sênior ficará responsável por acertar a transferências de prisioneiros para outros países. “Ninguém nunca fugiu de nossas super prisões nos EUA”, disse.

Quando falava sobre a prisão, Obama foi repetidamente interrompido pelos gritos de uma mulher, a quem disse que a liberdade de expressão também inclui ouvir. “Eu obviamente não concordo com a maioria do que ela disse, e ela, obviamente, não estava me ouvindo.”

Ameaças

No discurso, Obama ainda lista três ameaças atuais, que são afiliados da rede terrorista Al Qaeda “do Iêmen ao Iraque, da Somália ao Norte da África”; bastiões terroristas que mais recentemente se multiplicaram pelo mundo árabe, na Líbia e na Síria, por exemplo; e radicais residentes nos EUA.

O terrorismo, disse, é alimentado pela ideologia de que o islã está em conflito com os EUA e com o Ocidente, e que a violência contra alvos ocidentais, inclusive civis, é justificável, na procura por uma causa maior. “É claro que essa ideologia é baseada em uma mentira, já que os EUA não estão em guerra com o islã; e essa ideologia é rejeita pela vasta maioria de muçulmanos, que são as mais frequentes vítimas de atos terroristas”, disse.

O americano afirmou que a solução está em derrotar em definitivo a Al Qaeda e manter uma “série de esforços persistentes e centrados para desmantelar redes específicas de extremistas violentos”.

FONTE: O Vale (com informações da Folhapress)

FOTOS: USAF

wpDiscuz