Força Aérea Indiana ‘cruza os dedos’ para contrato do Rafale ser assinado logo

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Exercício em duas frentes, contra China e Paquistão, evidenciou o reduzido número de esquadrões de caça – problemas com a negociação do contrato do Rafale estão sendo resolvidos, segundo fonte do jornal Times of India

Reportagem publicada no jornal Times of India na segunda-feira, 15 de abril, destacou a realização de um grande exercício da Força Aérea Indiana (IAF) simulando um conflito em duas frentes: contra a China e o Paquistão. Segundo a matéria, a China pode “lançar” pelo menos 21 esquadrões de caça contra a Índia, a partir de suas oito bases aéreas no Tibet e em outros aeródromos ao norte. Muitos outros caças chineses podem se juntar a essas forças caso possam sobrevoar Myanmar. Similarmente, o Paquistão pode empregar entre 21 e 25 esquadrões de caça contra a Índia.

Foi com isso em mente, após o ministro da Defesa AK Antony solicitar às Forças Armadas da Índia que se preparassem para a ameaça dupla imposta por China e Paquistão, que o maior exercício de combate da Força Aérea Indiana em todos os tempos foi realizado. A IAF testou sua capacidade para uma contingência de duas frentes, desdobrando “forças flexíveis” do teatro oeste para o leste.

Fontes ouvidas pela reportagem afirmaram que a IAF desempenhou “extremamente bem” durante o exercício, realizado entre 18 de março e 4 de abril. Somaram-se mais de 8.000 horas de surtidas de voo, mantendo um ritmo elevado de operações para “validar sua capacidade de desdobramento em duas frentes”. Caças de primeira linha Sukhoi Su-30 MKI voaram missões de bombardeio longo alcance de Chabua (Assam) para o fronte oeste, com reabastecimento em voo, segundo as fontes.

A necessidade de mais esquadrões e a baixa postergada dos MiG-21

Porém, esses jogos de guerra envolvendo mais de 400 caças e 200 aviões de transporte e helicópteros evidenciaram, também, a necessidade “crítica” de finalizar o quanto antes o projeto MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio), estimado em 20 bilhões de dólares, que visa adquirir 126 caças.

A Força Aéra Indiana está lutando atualmente com apenas 34 esquadrões de caça (cada um deles com 14 a 18 jatos), apesar da primazia do Poder Aéreo nas batalhas modernas. A IAF já deixou claro que precisa de pelo menos 44 a 45 esquadrões para atender à “possível contingência” de um “conflito geral” com o Paquistão, mantendo ao mesmo tempo uma “postura dissuasiva” frente à China.

Ainda que a progressiva baixa dos já antigos MiG-21 de esquadrões equipados com a aeronave esteja suspensa, devido à necessidade de manter a prontidão de combate, a IAF vem mantendo seus dedos cruzados para que o já bastante atrasado contrato do MMRCA seja assinado com a Dassault Aviation, fabricante dos caças Rafale, antes do final do ano.

Uma fonte do jornal afirmou: “Assim nós poderemos iniciar o recebimento dos novos caças a partir do início de 2017. Os problemas nas negociações do contrato entre o Ministério da Defesa e a Dassault, referentes à responsabilidade da Hindustan Aeronautics (os primeiros 18 jatos virão da França, e a HAL produzirá os demais 108 com transferência de tecnologia) estão sendo resolvidos.”

A Força Aérea Indiana necessita de um recebimento sistemático de caças e helicópteros, aviões de reabastecimento em voo e transporte, drones de vigilância e combate, mísseis superfície-ar e radares avançados, e há projeções de que a Índia vai gastar mais de 35 bilhões de dólares nos próximos 10 anos para impulsionar seu poder de combate.

Modernizações de meia-vida e contratos com os russos

Nesse meio-tempo, a IAF aposta na incorporação progressiva de 272 caças Sukhoi-30 MKI contratados junto à Rússia por aproximadamente 12 bilhões de dólares, assim como nas modernizações de meia-vida de 51 jatos Mirage 2000 e 60 MiG-29.

Para o longo prazo, o plano é introduzir mais de 200 caças multitarefa de quinta geração, a partir de 2022. A Índia e a Rússia deverão assinar em breve o contrato de 11 bilhões de dólares para projeto completo e Pesquisa e Desenvolvimento para esses jatos furtivos, em que cada país contribuirá com 5,5 bilhões.

Ao longo dos próximos 15 a 20 anos, a Índia deverá gastar cerca de 35 bilhões de dólares nese projeto de caça futurístico, com cada caça sendo subsequentemente produzido por custos superiores a 100 milhões.

FONTE: Times of India (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTOMONTAGEM DO ALTO: Rafale India

DEMAIS FOTOS: Dassault (as fotos estão em tamanho grande. Clique para ampliar)

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