Coreia do Sul seleciona radar AESA da Raytheon para modernizar KF-16

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Futuro contrato poderá englobar 134 radares RACR – fontes dizem que seleção levará à escolha do radar da Raytheon para programas de Taiwan e Cingapura – USAF, porém, poderia selecionar competidor da Northrop Grumman em Taiwan para ter duas opções em seu próprio programa

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 10 de abril, a Raytheon informou a Coreia do Sul selecionou o seu radar de combate avançado (RACR – Raytheon Advanced Combat Radar) numa disputa para modernizar sua frota de caças  KF-16C/D Block 52 com 134 unidades de radar AESA, de varredura eletrônica ativa.

A seleção ainda está sugeita a uma definição final do Governo dos Estados Unidos. A entrega dos 134 radares deverá ser iniciada no final de 2016. No escopo do futuro contrato, estão o desenvolvimento, produção e testes do sistema. A Raytheon já fornece diversos sistemas aviônicos críticos para a plataforma F-16, como o computador de missão modular, sistemas de guerra eletrônica e armas. Esta seleção, caso confirmada em contrato, acrescenta o F-16 às famílias de caças modernizados com radares AESA da Raytheon, que já inclui F-15C, F-15E e F/A-18E/F.

A Raytheon também informou que já entregou mais de 500 sistemas AESA em todo o mundo, que já acumularam mais de 400.000 horas de voo operacionais.

Reportagem do site Defense News sobre essa seleção destacou que o RACR da Raytheon competia com o “Scalable Agile Beam Radar”(SABR) da Northrop Grumman. Como se trata de uma seleção, e não de uma concessão de contrato, a Raytheon vai trabalhar junto ao Governo dos Estados Unidos na medida em que o processo chegue a uma carta de pedido (letter of request), seguido de uma carta de aceitação (letter of acceptance) e, finalmente, leve a uma venda de equipamento militar ao exterior (Foreign Military Sales – FMS). Não foi revelado ao Defense News os custos estimados desse futuro contrato, apenas que as entregas se dariam de 2016 a 2021.

Segundo a Raytheon, o RACR atendeu a todos os requerimentos da Coreia do Sul, que se dividiam em quatro categorias: desempenho, adequação operacional, custos e contrato/cronograma. Para fontes da indústria, a Raytheon estava à frente da concorrente Norhtrop devido a ter conseguido uma licença de exportação do Governo dos EUA em 2008, enquanto a Northorop só conseguiu a sua em janeiro de 2012. Trata-se da licença DSP-5, autorizada pelo Departamento de Estado dos EUA, e que é o primeiro passo para um contrato de FMS.

Ainda segundo a reportagem, essa seleção pode criar um efeito do tipo “o vencedor fica com tudo” (winner-take-all) em duas competições: a atual que é disputada em Taiwan e uma futura em Cingapura. No caso de Taiwan, a modernização engloba 145 caças F-16A/B Block 20 fighters, e o fornecimento do radar AESA é disputado pela Raytheon e pela Northrop Grumman. Uma decisão é esperada para meados deste ano, segundo uma fonte da indústria de defesa de Taiwan. Porém, diferentemente da competição sul-coreana, a seleção do radar de Taiwan será feita pela Força Aérea dos Estados Unidos.

Porém, há quem diga que a Força Aérea dos EUA poderia selecionar o SABR da Northrop Grumman para a modernização dos caças taiwaneses. Com isso, garantiria uma segunda opção para a modernização de 350 de seus caças 350 F-16 Block 40/50, o que economizaria verbas norte-americanas, forçando a Coreia do Sul e Taiwan a pagar por parte dos custos de integração dos radares (no caso, os custos NRE – nonrecurring engineering).

FONTES: Raytheon e Defense News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)

IMAGENS: USAF e Raytheon

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