Meu ovo de páscoa desse feriado foi testar o simulador Falcon BMS. Como o simulador é bem realista, sendo possível experimentar na “prática” como seria um combate aéreo ou operações de ataque.

Baixei o cenário de Israel, que veio com a opção de jogar com o F-15I e F-16I com tanques conformais. A primeira coisa que se nota é poder levar mais armas, com mais cabides disponíveis. A imagem abaixo é de um F-16I biposto. Nessa missão voei de ala e é bem difícil tentar manter a formação. A imagem bidimensional não dá muitas indicações de distância e velocidade de aproximação para manter a distância e velocidade. Também é possível ver os “labels” ao fundo, indicando a distancia e identificação dos contatos ao redor. Sem essa informação fica fácil se perder em um cenário denso, sendo necessário ficar pedindo ao AWACS a posição da ameaça mais próxima pelo rádio. O AWACS indica a direção e distância em relação a minha posição. A cabina tem todos os botões funcionais que podem ser acionados pelo “mouse” simulando o dedo.

Descobri que o radar de acompanhamento do terreno (TFR) funciona. A imagem abaixo mostra o FLIR ligado como visto no MFD da direita. Como no “LANTIRN” real, é possível escolher a altitude de voo (1000, 500, 300, 200 e muito baixo) e o tipo de voo (leve, médio ou duro). No voo “duro” (hard), a aeronave tenta seguir o acompanhamento do terreno. No modo “leve” o voo tende a mudar pouco. Foi possível voar uma missão inteira no TFR. Me fez lembrar da época que jogava o Tornado IDS da Digital Integration.

Como eu ainda não sabia disparar armas guiadas, como as Paveway e JDAM, e nem usar modos CCRP ou DTOS (dive toss), iniciei as missões de ataque com bombas burras com modo CCIP. A imagem abaixo é depois de sair do alvo. Estava olhando para trás para ver o resultado, como fazem os pilotos, e não vi nada acontecer. O Falcon BMS é muito detalhista, e para disparar as armas tem que colocar o botão “master arm” em “on” (ligado). A imagem também mostra o meu ala mergulhando no alvo (ou me seguindo?).

O mais interessante nos simuladores é o combate aéreo. No Falcon BMS a mira no capacete JHMCS foi implementada. É muito mais fácil apontar um míssil para um alvo dentro da curva usando a mira no capacete, sem precisar que o alvo entre no campo de visão do HUD. O sensor do míssil fica apontado para onde está a mira no capacete. No BMS fica mais fácil ainda usando a visão “padlock” como mostra a imagem abaixo, já mostrando o resultado do combate. Um F-16 carregado de bombas e mísseis fica mais pesado e bem menos manobrável. É nessa hora que o JHMCS faz a diferença. O F-16 é muito manobrável quando está sem cargas.

O casulo Litening e Sniper XR do Falcon BMS tem modo ar-ar funcional. Qualquer alvo trancado no radar será visto pelas câmeras dos casulos se estiver no modo ar-ar. A imagem baixo mostra um MiG-25 detectado a 23 milhas (cerca de 40km) e um J-11 detectado a 9 milhas (15km). Além de ajudar na identificação do alvo, as imagens podem gravar o resultado do combate. Com sorte é possível ver o inimigo disparando mísseis e ter um alerta que está sendo atacado. Não testei, mas o casulo também aponta para contatos no alerta radar, ajudando nas missões de supressão de defesas.

Estava tentando atacar uma bateria de mísseis com o míssil HARM e não percebi que havia uma bateria de mísseis SA-6 bem mais perto e fui atacado. Então veio a hora das evasivas e sentar o dedo no botão de lançar chaff e flares. Contra o primeiro míssil dá para escapar fácil, o segundo também (foto abaixo), mas no terceiro já se está sem velocidade e altitude e vira presa fácil. Já no Vietnã já se usava essa tática de disparar três mísseis, para tentar acertar com o terceiro.

Uma grande vantagem dos simuladores é poder ter acesso a pontos de vista que não seriam possíveis na vida real. A imagem abaixo é de uma câmera virtual seguindo um míssil AMRAAM. Disparei o míssil contra um MiG-23 que fugiu (turn tail). Marquei a velocidade do míssil (660 kts) na imagem e o MiG conseguiu escapar pois pode voar até mais rápido. A imagem permite ver o míssil atingindo a velocidade máxima e depois a velocidade ir caindo. A baixa altitude o míssil desacelera mais rápido e o alcance diminui. Os dados de alcance de mísseis (mais de 50km para o caso do AMRAAM), geralmente só consideram uma situação ideal, com o alvo voando bem alto, voando em direção ao míssil e sem manobrar. A vida real é bem mais complicada.

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