A difícil realidade de construir o próprio caça
O exemplo da Turquia
Autoridades turcas estão mantendo conversas com a Saab e com a KAI (Korean Aerospace Industries) para encontrar a melhor forma de tocar um ambicioso projeto: a construção de um caça local que se arrasta desde 2010. Em agosto de 2011 foi assinado um acordo com a Turkish Aerospace Industries (TAI) para o desenvolvimento de um projeto conceitual de um caça e um jato de treinamento.
Recentemente uma delegação turca visitou as instalações da Saab na Suécia e um acordo preliminar de assistência técnica envolvendo a TAI foi assinado. Conforme acordado, a TAI espera adquirir ferramentas de projeto de caça da Saab.
“O que é fundamental neste caso é a eventual capacidade dos turcos de integrar com sucesso aviônicos, eletrônicos e sistemas de armas na plataforma escolhida”, informou um especialista baseado em Londres.
Para o seu programa de caça, conhecido como TF-X, a Turquia espera primeiramente produzir em associação com o anglo-italina AgustaWestland o helicóptero de ataque T-129. “Acreditamos que este passo deva ser um modelo para o nosso programa de caças”, disse uma autoridade da área de aviação. Mas fontes da área de defesa informaram que o programa está exposto ao risco de um projeto conceitual muito prolongado fazendo com que todo o projeto “não seja muito significativo.”
“A Turquia espera colocar o seu caça de projeto nacional no ar pela primeira vez em 2023. Esta não é uma data realista”, informou uma fonte, que completou: “Se os trabalhos de projeto conceitual demorarem algo como sete ou oito anos a partir de agora, a tecnologia a ser empregada na aeronave será muito antiga quando o projeto atingir a fase de produção. Será necessário uma máquina do tempo para empregar a aeronave de forma eficiente”.
Grandes fabricantes de armas também estão cautelosos e céticos. “Queremos ajudar os turcos com o projeto de um caça local, mas tivemos de recuar quando entendemos que os requisitos técnicos para a aeronave estavam longe da realidade”, disse um executivo de uma empresa aeroespacial ocidental.
Um outro executivo ocidental comentou: “Trabalhamos com os turcos por décadas e estamos temerosos de que eles acabem com um arsenal composto por sistemas de segunda linha construídos em casa por valores proibitivos”.
A Turquia, cuja frota atual de caças é de origem norte-americana, também planeja comprar o F-35 Joint Strike Fighter. Mas a Turquia também quer desenvolver um caça com outro país que não seja os EUA com o propósito de reduzir a dependência de Washington.
FONTE: Dailynews (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)
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