Super Hornet: Marinha dos EUA estaria interessada em tanques conformais
Segundo matéria publicada no site Flightglobal nesta quarta-feira, 20 de março, a Marinha dos Estados Unidos (USN) estaria considerando a adição de tanques conformais de combustível (CFT) à sua frota de caças F/A-18E/F Super Hornet, fabricados pela Boeing. Os tanques, instalados sobre o dorso da aeronave, deverão ser testados em meados deste ano.
Apesar de não negar seu interesse, a USN afirmou que não pode comentar no momento sobre o projeto, pois esta seria uma informação proprietária da Boeing e da Northrop Grumman. A Boeing foi contactada pelo site Flightglobal, mas não respondeu a tempo da publicação da matéria.
Os CFT, oferecidos pela Boeing para compradores potenciais dentro do “international roadmap” da aeronave, permitiriam que os jatos F/A-18E/F carregassem 1.590 kg (3.500 libras) de combustível extra* o que, segundo o analista Mark Gunzinger, faria muito sentido, pois “a Marinha realmente precisa estender o alcance de suas alas aéreas embarcadas em porta-aviões.” Ainda segundo Gunzinger, “o aumento de alcance seria necessário para operações em potencial na região do Pacífico e em qualquer lugar.”
Esses esforços da USN relacionados a tanques conformais poderiam ser parte dos planos para contornar mais atrasos no F-35C da Lockheed Martin (versão para uso em porta-aviões com catapulta e aparelho de parada), caso pressões orçamentárias levem a Marinha a abandonar essa variante. Segundo o analista Richard Aboufalia, “no momento o F-35C é a versão com mais problemas”. A USN tem se mostrado um interesse “morno” em relação a esta variante do caça furtivo, ainda que seus líderes, publicamente, afirmem que ela “precisa” do F-35C.
Há questões, porém, relacionadas ao Super Hornet aguentar ou não o peso e o arrasto extras dos CFT sem prejuízo a seu desempenho aerodinâmico. Isso porque, segundo Aboufalia, enquanto jatos velozes como os caças F-15 e F-16 receberam tanques conformais, o Super Hornet está numa classe de jatos menos rápidos. Segundo a Boeing, em velocidade de cruzeiro os tanques conformais não adicionariam arrasto, porém a empresa admite um impacto negativo na aceleração transônica do caça, o que teria sido sempre um ponto fraco do Super Hornet. Porém, para Aboufalia, “valeria a pena experimentar”, devido à questão de ter que se encontrar uma alternativa ao F-35C.
Caso a Marinha dos EUA incorpore CFT ao Super Hornet, também poderia aprimorar os motores General Electric (GE) F414-GE-400 que equipam o caça e produzem 22.000 libras de empuxo cada, segundo Aboufalia. A GE já propôs uma versão de desempenho melhorado (enhanced performance engine – EPE) do F414, que poderia gerar empuxo de 26.400 libras. Porém, seria necessário um fan reprojetado e um novo núcleo de alta pressão, e o analista questiona se a GE pode cumprir essas promessas.
Porém, segundo o analista Gunzinger, com a situação financeira do Governo dos EUA, pode não haver recursos para um programa de adição de CFT ao Super Hornet: “Seria difícil iniciar um novo programa em breve.” Para Aboufalia, entretanto, as verbas poderiam sair do orçamento para o programa F-35 da USN, que deverá continuar a ser, por algum tempo, uma fonte de disputas entre o Corpo de Fuzileiros Navais e a Marinha de águas azuis.
FONTE: Flightglobal (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTO DO ALTO: Boeing Japão
*NOTA DO EDITOR: o texto publicado incialmente pelo site Flightglobal trazia a informação de “13.249 litros de combustível extras (3.500 galões)” – no original, “13,249l (3,500gal) of additional fuel”. Leitores do Poder Aéreo, atentos, já haviam percebido o engano do texto original que acabou se reproduzindo na nossa tradução. Como o site Flightglobal corrigiu posteriormente a informação, também corrigimos agora na tradução acima.
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